“Não existe terceira chance.” Foi o que Clarice pensou quando percebeu que Alexandre não valorizava a presença dela lá. Isso a entristecia demais e mesmo assim insistia em arranjar uma maneira de ser devidamente notada. Talvez insistisse nisso porque o considerava e porque tinha uma enorme gratidão por ele. Mesmo que o rapaz fingisse que não ligava para ela, a garota sabia que no fundo ele sentia medo de se abrir e até mesmo de confiar plenamente.
Clarice tentava entendê-lo, mas não aceitava o motivo de Alexandre ser assim. Pouco a pouco foi entendendo que a principal culpada era a frustração que outras pessoas deixaram nele. O medo de cometer o mesmo erro, o medo de se machucar novamente o fez ser assim. Ela também tinha as suas frustrações e por vezes as colocava todas nele, como se ele pudesse consertar os erros que um dia cometeu.
Às vezes a pobre moça se sentia amargurada porque queria dizer tudo que pensava, só que todos esses pensamentos seriam desperdiçados porque o momento de ele escutar ainda não chegou. Ele ainda não a procurou para saber o que pensa, ele ainda não caiu em si sobre certas coisas que ela gostaria de dizer a ele.
Mistério, era o que se passava na cabeça dela quando parava para observá-lo. Sabia que o conhecia mais do que ele mesmo, mas o garoto continuava a ser um mistério. Embora sentisse uma grande vontade de abrir mão, de desistir de ajudá-lo e de parar de falar com ele, algo a impedia. Talvez a ilusão de acreditar que Alexandre precisasse dela, a ilusão de pensar que ele desandaria mais caso acatasse a decisão que decidiu tomar desde o princípio.
Por mais difícil que seja admitir que ainda precisa dele, ambos têm a consciência que não se verão mais. Mesmo que o rapaz diga o oposto, ela sabe que é tudo coisa de momento. Enfim, talvez seja melhor para ela deixar as coisas aconteceram e é justamente esse o meu conselho.
2 comentários:
E a pior coisa é ter a certeza de que, um dia, todos terão um Alexandre! :x Muito bom, tá de parabéns ! *-*
Pois é, dona "confusões de uma adolescente(?)" (adorei esse nominho que você criou aqui) concordo com você.
Todo mundo teve um Alexandre na vida... mas o que mais mata em tudo isso é saber que um dia ele se arrependerá e que será tarde demais...
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