É futiba mermão.

Sou palmeirense desde criancinha, só que o fanatismo propriamente dito só apareceu no ano passado. É incrível que durante todo esse tempo poucas pessoas sabiam sobre o time que torço. Alguns diziam que eu era corintiana e sempre dizia: “nem morta, torço por qualquer time menos por esse.”
Faz anos que a aversão pelo Corinthians existe em mim, só que tenho que admitir: a torcida desse time é a mais fiel. Não é a mais bonita, mas é a mais fiel. E tal fidelidade chega a me chocar.
Na verdade o fanatismo, a paixão que todos têm por futebol, a disposição que quase todo mundo tem para acompanhar seu time preferido me choca. As pessoas são capazes de arrumar briga para defender o time que torce. São capazes de viajar horas e horas, e gastar dinheiro com ingressos e com camisetas oficiais.
Lembro-me que estava vendo televisão – nessas férias adquiri o hábito de ver programas de futebol e acompanhar pelo menos o que se passa com meu time – e algo me surpreendeu.
Todo mundo sabe que o Manchester City quer porque quer comprar o Kaká do Milan. E hoje eu estava assistindo um programa de futebol, assistindo algo sobre meu time, sobre as tais contratações e sobre o jogo que teve hoje – inclusive o Palmeiras ganhou do Santo André de 1 a 0 – quando de repente mostraram uma entrevista do presidente do Milan em um programa italiano – também de esportes - dizendo que o respectivo jogador não abandonaria o time. Quando de repente um comentarista que também estava na bancada começou a comemorar empolgadamente. Aliás todos comemoravam, só que ninguém chegou ao ponto que este empolgado senhor chegou.
Ele gritava, agitava os punhos e de tanto berrar acabou ficando vermelho. O negócio foi tão grave que o mediador do programa chegou ao ponto de pedir para a produção cortar o microfone dele. Enquanto a singela platéia apenas batia palmas. É futiba mermão, é futiba que move as cabeças.