Despedida.

Realmente não queria que as coisas fossem assim, depois daquela conversa, daquele diálogo e de tudo que foi escutado e transformado em lição de vida através de seus ouvidos, não previa que o possível desfecho fosse assim.
Mesmo tendo acordado, despertado da escuridão e da dolorosa saudade que sentia, ele ainda a encantava. Poderia ser o que fosse, mas ainda a encantava. E realmente não queria e muito menos esperava que tal fato acontecesse, que as coisas mudassem desse modo.
Percebeu que não o procurava mais com tanta frequência e que nem pensava nele com tanta intensidade. Sim, eram apenas amigos, e mesmo assim esses fatos não aconteciam mais.
Mesmo sendo apenas amigos, ele, até então, a encantava. Era o modelo de garoto para ela, e nem isso chegou a ser mais. Era imaturo e criança, de fato. E essas duas características começaram a incomodar profundamente. Não que ela fosse o exemplo de maturidade, tinha seu lado criança também. Só que esse lado não era mostrado com frequência, sabia discernir quando podia e quando não podia agir dessa maneira. Coisa que ele não sabia fazer.
Percebeu também que não era mais capaz de largar tudo o que estava fazendo para procurá-lo e que pouco a pouco a indiferença poderia aparecer. E era justamente esse o seu principal temor e era exatamente isso que a chateava.
Claro que se sentia aliviada por saber que já era capaz de viver sua vida sem pensar no que ele pensaria, acharia ou deixaria de achar, sem ser dependente dele. Só que ficava chateada por ter a sensação de que pouco a pouco tais fatos poderiam afetar na amizade. De qualquer maneira decidiu dar uma nova chance para si mesma, sem temer os novos sentimentos, sensações, cheiros, emoções e pessoas que ainda estão por vir. Soube tirar proveito dessa história, cresceu, perdeu o medo e está pronta para novas oportunidades... E quem sabe para um futuro e intenso romance.

"... Me despeço dessa história e concluo: a gente segue a direção que o nosso próprio coração..." - Assinado Eu (Tiê)

Sentimental - Los Hermanos.