Escrevo para não esquecer os momentos que vivi, as pessoas que conheci e os lugares que passei. Às vezes crio. Crio meu próprio mundo longe do que é racional, convencional e rotineiro. Consigo ser quem quero no momento em que bem entendo.
Posso ser a garotinha apaixonada. Às vezes personifico-me em um homem. Posso ser também uma criança que está prestes a entrar na adolescência ou até mesmo eu mesma em um futuro longínquo (ou nem tão longínquo assim).
Viajo séculos, milênios. Posso estar no futuro sem sair do lugar. Tenho o poder de imaginar como as coisas serão daqui alguns anos sem ter que me preocupar se realmente serão desse modo ou não. E também decido onde estarei, o que farei ou deixarei de fazer.
Dou existência a qualquer tipo de personagem, e se me sinto cansada mudo a história em questão de segundos. Gosto da possibilidade de escolher o desfecho de cada historia, de cada ser que a envolve. É deveras proveitoso saber que aqui posso controlar certos fatos de um modo único e singular.
Escrever não é apenas permitir que simples palavras saiam da mente. É um jeito de se eternizar, de ser lembrada. Não quero que ninguém se lembre de mim pelas coisas que tenho ou tive. Quero apenas que leiam o que escrevi e lembrem-se do meu rosto, que sintam exatamente o que senti no ato da escrita. Que tentem imaginar tantas expressões que fiz em cada palavra escrita, que imaginem cada cena que envolve a situação descrita. Quero apenas poder continuar a imaginar e deixar minha marca em um espaço em branco de qualquer coisa que a mente desejar.
Um comentário:
"Quando não escrevo estou morta" Clarice Lispector.
Não é á toa que a Literatura é considerada uma Arte.
Voltando um tempinho atrás, desde os rabiscos nas cavernas o homem sente a necessidade de expôr para fora o que sente e o que vê, e usa-se da imaginação como complemento á esta forma de expressão.
Relembrando um provérbio latim: "A palavra escrita permanece". E com isso, ao escrever você se torna eterna, pois haverá uma lembrança.
Tenho uma caixinha em forma de coração, e nela estão meus papéis e papéis que os outros me deram. Nesta caixa posso encontrar segredos profundos que talvez nunca serão revelados. Esta caixa está escondida em mim, envolta por experiências que vivi ou que outros viveram, além de experiências imaginadas.
Tal caixa está guardada dentro de meu incosciente, por isso muitas vezes utilizo a "escrita automática" para "limpar a chamine".
Como a escritora citada no início desse comentário, a escrita dá sentido á minha vida.
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