Morava na mesma rua a mais de vinte anos. Conhecia todos os vizinhos e era amigo de todos eles. Naquela rua existia só uma casa que estava desocupada, fazia meses que ninguém morava por lá.
Diziam as más línguas que aquela casa era mal assombrada e que até um crime tinha acontecido lá. Tal fato fazia com que ninguém a comprasse, o que na realidade era uma pena.
Era um sobrado amarelo lindo, havia até um jardim bem na entrada e no fundo uma vasta área de lazer. Logicamente, ela não se encontrava em boas condições, já que não havia nenhum habitante.
Bem na frente morava Júlio; um belo garoto de vinte anos que praticamente nasceu onde habitava. Sua principal diversão era observar o sobrado amarelo, e ficar imaginando diversas situações; desde tentar adivinhar o que a antiga dona fazia até pensar se realmente o tal crime aconteceu.
Na realidade, essa diversão era um pretexto para não mostrar para si mesmo que o que mais queria era um vizinho novo, alguma novidade naquele lugar monótono onde todo mundo se conhecia.
O verão já estava quase no fim e a vida naquela ruazinha continuava a mesma coisa. Júlio chegou a perder as esperanças, e raramente abria a janela de seu quarto para observar o que se passava lá fora. Foram dias e dias assim, até que algo de novo aconteceu.
Era uma manhã de Domingo e algo dizia a ele que deveria voltar a espirar o sobrado da frente. Foi ai que viu Sofia descendo do caminhão de mudanças. Era uma moça tão branquinha, de olhos penetrantes e cabelos escuros na altura do ombro.
Júlio, do outro lado da rua, observava-a atentamente e sentia sua respiração falhar, o coração bater mais forte e as mãos suarem friamente. Pensou sem descer e dar as boas vindas, mas era tão tímido para tomar essa atitude.
Passava horas de seus dias observando Sofia quando ela saia para regar as plantas do jardim. Queria falar com ela, só que a coragem lhe faltava. Sofia, percebendo que o rapaz a observava diariamente, resolveu acenar um “oi”, coisa que não teve muito sucesso.
Dia após dias ela tomava essa mesma atitude, só que ele nunca respondia. Júlio se sentia culpado por isso porque sabia que se respondesse o “oi” os dois se aproximariam, algo que ele queria muito.
Vendo que poderia perdê-la, decidiu escrever uma carta e colocá-la na caixa de correio quando a última luz da casa de sua amada se apagasse. Na carta ele dizia:
Querida ilusão,
Meu nome é Júlio e moro bem em frente de sua casa, e quero dizer como sonhei em ter alguém novo nesta rua. Fiquei feliz quando te vi descer daquele caminhão de mudanças, e confesso que senti meu coração palpitar, minhas mãos suarem e a respiração falhar.
Linda ilusão, será que o que sinto é amor? Enfim, não sei, só sei que gostaria muito em te ver... mas falta coragem. De qualquer forma, peço desculpas em não ter tornado seus “oi’s” recíprocos, mas quero dizer que fiquei muito feliz quando você notou minha existência.
De seu admirador nada secreto,
Júlio
Na manhã seguinte, logo que acordou a primeira coisa que fez foi ir até a janela, e observar se ela já tinha pegado a carta. No momento em que abriu as cortinas, flagrou a garota lendo-a com um enorme sorriso no resto e olhando para a casa da frente. Ele não se manifestou e resolveu esperar se a carta teria ou não uma resposta.
Já era quase de noite quando resolveu descer e abrir a caixa de cartas. Viu que tinha algo lá dentro, era a carta de Sofia.
Caro Júlio,
Meu nome é Sofia e não sou uma ilusão, a prova disso é que acenei para você esses dias. Não fiquei chateada porque notei sua timidez. E confesso que achei isso bonito em você.
Interessante, desde quando me mudei para cá, conto as horas para regar o jardim para ver você me observando. Tenho adorado isso e sinto algo dentro de mim que fazia anos que não sentia.
Querido admirador nada secreto será que é amor?
Ah! Não sei, só sei que também quero te ver. Notei que tem uma sorveteria bem na esquina de nossa rua, topas ir lá amanhã as 15 h?
De sua futura,
Sofia
Júlio pulava de alegria a cada palavra que lia, e contava as horas para vê-la. A noite demorava a passar e ele não conseguia dormir de tanta ansiedade. Imaginava como as coisas seriam, o que diria para ela, o que faria e como ela estaria nesse momento. Sofia se sentia do mesmo jeito. Os dois de tanto imaginar, acabaram pegando no sono.
Quando acordaram na manhã seguinte, já forram para sua rotina. Sofia regava as flores e Júlio a observava. As horas naquele dia passaram rápido, e Júlio já estava pontualmente parado na frente da porta da sorveteria.
Reparava que sua querida ilusão demorava demais, e chegou a pensar que ela teria desistido dele. De repente avistou uma moça linda de pele bem branca vindo em sua direção. Abriu um enorme sorriso. Quando ela chegou perto, tocou sua mão e disse:
- Te esperei por tanto tempo, vamos ver o sol se pôr?
Os dois caminharam lindamente juntos, e nunca mais foram vistos por lá.
Diziam as más línguas que aquela casa era mal assombrada e que até um crime tinha acontecido lá. Tal fato fazia com que ninguém a comprasse, o que na realidade era uma pena.
Era um sobrado amarelo lindo, havia até um jardim bem na entrada e no fundo uma vasta área de lazer. Logicamente, ela não se encontrava em boas condições, já que não havia nenhum habitante.
Bem na frente morava Júlio; um belo garoto de vinte anos que praticamente nasceu onde habitava. Sua principal diversão era observar o sobrado amarelo, e ficar imaginando diversas situações; desde tentar adivinhar o que a antiga dona fazia até pensar se realmente o tal crime aconteceu.
Na realidade, essa diversão era um pretexto para não mostrar para si mesmo que o que mais queria era um vizinho novo, alguma novidade naquele lugar monótono onde todo mundo se conhecia.
O verão já estava quase no fim e a vida naquela ruazinha continuava a mesma coisa. Júlio chegou a perder as esperanças, e raramente abria a janela de seu quarto para observar o que se passava lá fora. Foram dias e dias assim, até que algo de novo aconteceu.
Era uma manhã de Domingo e algo dizia a ele que deveria voltar a espirar o sobrado da frente. Foi ai que viu Sofia descendo do caminhão de mudanças. Era uma moça tão branquinha, de olhos penetrantes e cabelos escuros na altura do ombro.
Júlio, do outro lado da rua, observava-a atentamente e sentia sua respiração falhar, o coração bater mais forte e as mãos suarem friamente. Pensou sem descer e dar as boas vindas, mas era tão tímido para tomar essa atitude.
Passava horas de seus dias observando Sofia quando ela saia para regar as plantas do jardim. Queria falar com ela, só que a coragem lhe faltava. Sofia, percebendo que o rapaz a observava diariamente, resolveu acenar um “oi”, coisa que não teve muito sucesso.
Dia após dias ela tomava essa mesma atitude, só que ele nunca respondia. Júlio se sentia culpado por isso porque sabia que se respondesse o “oi” os dois se aproximariam, algo que ele queria muito.
Vendo que poderia perdê-la, decidiu escrever uma carta e colocá-la na caixa de correio quando a última luz da casa de sua amada se apagasse. Na carta ele dizia:
Querida ilusão,
Meu nome é Júlio e moro bem em frente de sua casa, e quero dizer como sonhei em ter alguém novo nesta rua. Fiquei feliz quando te vi descer daquele caminhão de mudanças, e confesso que senti meu coração palpitar, minhas mãos suarem e a respiração falhar.
Linda ilusão, será que o que sinto é amor? Enfim, não sei, só sei que gostaria muito em te ver... mas falta coragem. De qualquer forma, peço desculpas em não ter tornado seus “oi’s” recíprocos, mas quero dizer que fiquei muito feliz quando você notou minha existência.
De seu admirador nada secreto,
Júlio
Na manhã seguinte, logo que acordou a primeira coisa que fez foi ir até a janela, e observar se ela já tinha pegado a carta. No momento em que abriu as cortinas, flagrou a garota lendo-a com um enorme sorriso no resto e olhando para a casa da frente. Ele não se manifestou e resolveu esperar se a carta teria ou não uma resposta.
Já era quase de noite quando resolveu descer e abrir a caixa de cartas. Viu que tinha algo lá dentro, era a carta de Sofia.
Caro Júlio,
Meu nome é Sofia e não sou uma ilusão, a prova disso é que acenei para você esses dias. Não fiquei chateada porque notei sua timidez. E confesso que achei isso bonito em você.
Interessante, desde quando me mudei para cá, conto as horas para regar o jardim para ver você me observando. Tenho adorado isso e sinto algo dentro de mim que fazia anos que não sentia.
Querido admirador nada secreto será que é amor?
Ah! Não sei, só sei que também quero te ver. Notei que tem uma sorveteria bem na esquina de nossa rua, topas ir lá amanhã as 15 h?
De sua futura,
Sofia
Júlio pulava de alegria a cada palavra que lia, e contava as horas para vê-la. A noite demorava a passar e ele não conseguia dormir de tanta ansiedade. Imaginava como as coisas seriam, o que diria para ela, o que faria e como ela estaria nesse momento. Sofia se sentia do mesmo jeito. Os dois de tanto imaginar, acabaram pegando no sono.
Quando acordaram na manhã seguinte, já forram para sua rotina. Sofia regava as flores e Júlio a observava. As horas naquele dia passaram rápido, e Júlio já estava pontualmente parado na frente da porta da sorveteria.
Reparava que sua querida ilusão demorava demais, e chegou a pensar que ela teria desistido dele. De repente avistou uma moça linda de pele bem branca vindo em sua direção. Abriu um enorme sorriso. Quando ela chegou perto, tocou sua mão e disse:
- Te esperei por tanto tempo, vamos ver o sol se pôr?
Os dois caminharam lindamente juntos, e nunca mais foram vistos por lá.
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