quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Falso esquecimento

“Preciso tirar você da minha mente, você não imagina o mal que o que sinto me faz.” Era isso que Samantha pensava todas as noites antes de dormir. Desejava que um sentimento tão belo sumisse do dia para noite; coisa que era impossível acontecer.
Esquecia-se dos momentos ótimos que tinha passado com Ricardo, esquecia-se de tudo o que ele tinha feito por ela. Passou a ter crises de esquecimento quando os dois foram obrigados a se separar por causa do tempo e de coisas que ela havia omitido.
Eram omissões tolas, coisas do passado que não influenciavam exatamente em nada no novo relacionamento. Ricardo havia se esquecido de comentar que ainda tinha contato com sua ex. Simplesmente esqueceu por causa de empolgação que tinha com Samantha. Afinal, ele a amava. Aliás, a ama ainda.
Ela sempre se mostrou irredutível. Preferia camuflar o que sentia, sofrer a custo de nada e mostrar para ele que mais cedo ou mais tarde poderia esquecê-lo. Coisa que era impossível.
Preferia mil vezes mentir para se mesma do que dar mais uma chance para Ricardo. Ele sempre tão atencioso começava a sentir que o desgaste era existente. Mas mesmo assim a amava, fazia de tudo por ela.
Pobre Samantha que transformava um sentimento tão bonito em algo tão assustador. O que ela esquecia é que ao menos tinha a chance de ser feliz e saber o que é sentir. Coisa que alguns não sabem o que é. O que é melhor: poder sentir ou ser incapaz de fazer isso?

Um comentário:

Fabíola F. disse...

Ao ler esse texto imediatamente me lembrei de uma frase do Renato Russo: "Então conte para aquele que você ama exatamente o que está pensando... e se o amanhã nunca chegar?"

Minha resposta pessoal á pergunta do último parágrafo é: sentir, sempre. Para ter experiência, para ter o que recordar, para sentir-se vivo.E sempre agir com a finalidade de não se arrepender depois.

Complicado as relações humanas.Mais complicado ainda é o homem. Parece que quando ele tem tudo para dar certo, ele desiste.