“E o meu medo maior é o espelho se quebrar.”
Diogo Nogueira
Diogo Nogueira
Meu velho,
Em 1998, exatamente há 12 anos atrás, você partiu. E me lembro que eu era apenas uma criança que recebeu essa notícia com uma estranha naturalidade. Não sei exatamente se cheguei a dizer algo, mas tenho plena consciência que tive essa reação por ser pequenina demais.
Mesmo sendo novinha, sempre soube que não te veria de novo. E até hoje, posso dizer com um imenso sorriso no rosto, que me lembro de todos os anos em que passamos juntos. Das vezes que fui até seu quarto, levar sua comida, preparar sua mesinha para se alimentar, quando já estava doente. Recordo-me também das idas e vindas até o aeroporto quando te buscávamos de suas viagens. São muitas lembranças boas.
Você morou comigo, fez parte de todos os meus dias. Dividiu comigo minha infância, fez tudo o que pôde para ver minha felicidade. Sinto imensas saudades dos seus olhos claros, de seu sotaque italiano e de seus poucos cabelos brancos.
Não sei exatamente se pode ler ou até mesmo ver o que escrevo. Só sei que senti uma enorme vontade de te fazer presente em mais um dia de minha vida. De dizer também que sempre tive muito orgulho de você, de ter seu nome e de ser sangue do seu sangue. Independente de sua história, de tudo o que fez ou deixou de fazer.
Saiba e nunca se esqueça da admiração que tenho e que faço questão de ir um dia até seu país e dizer que faço parte de sua família, parte de você também. Que vivi os melhores anos da minha vida contigo. E que quero muito percorrer todos os seus caminhos e de tentar ver com seus olhos toda a história que criou.
Muito obrigada por tudo. Por todos os anos em que moramos juntos, por ter feito parte da minha vida. E por sempre ter prezado e cuidado bem de mim. Te agradeço hoje, sempre e agora por tudo o que não tive tempo de agradecer.
De sua para sempre neta.
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