Marília, certamente, não era freqüentadora assídua de bares. Já chegou a ir umas duas vezes, mas não era o lugar que realmente gostava de frequentar. Preferia programas mais lights como um cinema, sair para comer ou até mesmo andar por ai.
Para falar a verdade, nem beber ela bebia. Chegou a colocar poucas doses de álcool na boca; o suficiente para perceber que não tinha nascido para isso. Mas aquela noite, aquela noite de sexta-feira foi diferente.
Resolveu dizer um “sim” para suas amigas e foi de acompanhante. Não se sentiu admirada e fora do seu mundo habitual como dá primeira vez que foi até lá. Deixou que a música e o som ambiente tomassem conta de si e simplesmente desligou os pensamentos do mundo exterior.
Como de costume, começou a observar as pessoas. Olhava como elas se comportavam, as expressões e até mesmo tentava deduzir o que estavam pensando. Mas nada a interessava. Não conseguia achar ninguém bonito. Ninguém realmente a interessava naquele lugar.
Em um lampejo notou que havia algo de diferente ali e um rosto se destacou. O rapaz; o qual também não sei o nome; vestia uma camisa xadrez, tinha um alargador em cada orelha e uma tatuagem no braço. Seus cabelos tinham tamanho mediano e na face, uma barba por fazer. E seus olhos, lindos e claros.
Foi pega por uma paixão instantânea. E por instantes, conseguiu tirar da mente aquele que tanto amava – algo que sempre pensou que fosse impossível de acontecer. De fato, estava encantada e tentava seguir com os olhos os passos de sua primeira paixão breve de bar.
Às vezes o perdia de vista, mas ele já estava em sua mente. Pensava em possíveis nomes, como a voz dele seria e até mesmo em seu gosto musical (tudo indicava que gostava de Los Hermanos). Imaginava cenas. Imaginava-o cantando alguma música dos Hermanos, declamando poemas, sendo todo sentimento.
Durante toda sua estadia no bar, só conseguia pensar nisso. Mas sabia que quando saísse de lá as coisas voltariam ao normal. Dito e feito, foi exatamente isso o que aconteceu. O amor que sentia triplicou. O pensamento só chamava por um nome; um nome muito conhecido por sinal. Mas não negava, queria ver aquele rapaz de novo. Queria vê-lo nem que fosse só para admira-lo novamente...
Um comentário:
Que lindo este texto. As vezes nos lugares que menos esperamos encontramos algo que nos anime. O ruim é quando o encanto acaba voltar ao mundo ''real''. Mas quem sabe, da admiração que Marília sentiu por aquele rapaz desconhecido não possa virar algo concreto um dia e fazê-la feliz?
Bem, pelo o que pude observar em tua descrição sobre ti, temos sonhos e objetivos em comum. Também quero ser jornalista e escrever livros.
Não há porque agradecer pela minha visita em teu blog, se a fiz é porque gostei muito daqui. Beijos!
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