sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dia, noite

Brasil; 16h00min
Inglaterra, 20h00min


- Alô
- Alô
Silêncio
- Então... como você está? Sabe quem está falando, né?
- Estou bem. Suspiro. Claro que sei quem é...
- Pensei que você tinha esquecido da minha voz. Já faz tanto tempo que não nos falamos. Você simplesmente partiu sem se despedir de mim.
Silêncio
- Aliás, você já tinha partido quando ainda morava aqui...
- Não. Eu quis muito ficar. Tentei ao máximo, você mesmo sabe disso.
- A cada dia você estava mais escorregadia, mais distante
Respiração triste, voz de choro
- É que chega uma hora que não dá mais. Que os caminhos levaram só pra uma única escolha: eu ou você
- Então você não me ama mais?
Uma lágrima cai dos olhos, a respiração para e o coração acelera
- Amo e por isso decidi deixar você livre.
Suspiro incrédulo
- Olha... sempre soube que você se sentia culpado de me fazer sentir o que sinto. Tentei te explicar inúmeras vezes que as coisas não funcionam desse jeito. E você não acreditou em mim, como sempre...
Silêncio
- Você não sente a minha falta?
- Claro que sinto. É coisa diária. A verdade é que não queria e ainda não quero transformar um sentimento tão bonito em dor. Não quero trocar o amor pelo sofrimento. Pensar em você e sentir um aperto no peito. É injusto...
- Injusto?
- Sim. Quero pensar em você e sentir coisas boas. Lembrar de você e automaticante ter um sorriso no rosto.
- E quando você vai voltar?
- Para ai ou para a sua vida?
- Para minha vida?
Silêncio
- Quando você vai voltar para minha vida?
- Quando você vai me deixar voltar para sua vida?
- Agora.
- Agora.

(...)

2 comentários:

Anônimo disse...

Que saudade disso aqui!

Da tua escrita, dos meus suspiros ao te ler.

Beijo, Gabi.

Unknown disse...

Tuas palavras tão doce... fascinam-me e cada dia mais.
Linda atitude não querer transformar o amor em dor, não transformar todas as lembranças ruins em motivo de dor.