segunda-feira, 3 de maio de 2010

Nos palcos, pelos palcos e além

"Todo sopro que apaga uma chama,
Reascendo o que for pra ficar."
Imagem escolhida por Jéssica (@_jeesing)

Entre roteiros, personagens, trocas de roupa e trilhas sonora um amor nasceu. Mariana era nova na cidade. Tinha acabado de se formar em artes cênicas no Paraná. Morena dos olhos castanhos, da expressão viva. Da pele quente. Amava teatro e estava buscando uma trupe para trabalhar.
No meio da Avenida Paulista, sem saber exatamente o que fazer e se sentindo totalmente deslocada de tudo e de todos, avistou ao longe, um rapaz. Era Marcelo.
Nos finais de semana era artista de rua. Ganhava pouco, mas se contentava só em dar alegria para os transeuntes que paravam sempre para vê-lo.
Dentre todas as apresentações, tinha aquela que escolhia alguém para fazer um par com ele. Colocava sempre, aleatoriamente, alguma música do conjunto que mais gostava: O Teatro Mágico. E justamente naquele dia, a escolhida foi Mariana.
Por obra do acaso ou até mesmo do destino, no pequeno radinho roxo, começou a tocar Ana e o Mar. No início nada fazia sentido e ambos tinham que dramatizar o que ouviam.
Marcelo seria o mar. E Mariana seria Ana. Não sabiam, mas já estavam juntos, a música os unia.
“Ana e o Mar, Mar e Ana”, era o que dizia a letra. Mas quando cantada “Mar e Ana” se transformavam, sonoricamente, no nome da garota. Faziam a dupla perfeita, se transformaram no casal perfeito durante alguns minutos. Para a vida inteira.
A sintonia se transferiu para os palcos. Durantes meses foram Romeu e Julieta, Bento e Capitu, Reinaldo e Diadorim. Mas algo começou a faltar.
Mariana se envolvia tanto nos personagens que desejava sempre estender o trabalho para a realidade. Queria mesmo era viver um dos romances daqueles que interpretava.
Não tinha do que reclamar. Marcelo sempre atendeu todos os seus caprichos, sempre se manteve perto. Foi amável desde o primeiro dia que se viram; mas não aceitava não ser ele mesmo.
O relacionamento, com o tempo, se estremeceu. Ainda eram brilhantes. Aquela sintonia que tinham nos palcos ainda existia. Se amavam ali mesmo. Ali ainda eram “Ana e o Mar, Mar e Ana”. Aqueles que se conheceram na rua. Unidos, sempre. Pelo palco e pela arte.

6 comentários:

pequeno erudito disse...

No início, nada mesmo faz sentido, mas o bom é saber e ver como as coisas vão se delineando com o passar do tempo.

É engraçado como essa história me lembra uma outra que vivi...

Bjs.

Nilton.

carolina s.r disse...

Que lindo cara!

Pra começar, quero parabenizar por estar dando novos rumos ao Confessions. Esse texo mostra uma maturidade maior. Adorei!

Acho que como o Nil, lembrei de algo que vivi e vivo na minha vida. Essa sintonia e sincronia entre as pessoas, mesmo que juntas não estejam.

Pra refletir...
Bessitos Gabistela

Unknown disse...

Há tempos não venho aqui para ler seus textos, confesso que foi por falta de tempo. Mas é bom chegar em teu blog e ser contemplada com um texto tão lindo como esse.
Dá para entender a relação que os dois tinham ligados pela arte. Acho que, como as duas pessoas que já deixaram seus comentários aqui, terei que dizer que lembrou-me algo acontecido comigo. Não nesse roteiro, mas... Enfim. Muito lindo, parabéns Gabi.

Unknown disse...

vez mais enamorada por seu blog, o rumo que tu tem tomado ta me imprecionando me encantando. me surpreendeu pela escolha do tema, a imagem que escolhi poderia ter varias historias e você deu um otimo destino a ela, adorei a brincadeira de escolher a imagem, ja estou empolgada ara evr o rumo que as proximas que escolherei tomaram.. rsrs* Você tem talento fato adoreii

Anônimo disse...

Eu amei muito. O Teatro Mágico surgiu no messenger e quando abro aqui encontro algo assim.

Isso foi lindo.

Anônimo disse...

o tm eeh a meelhor baanda *-*