sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dois em um

Estações de trem são lugares bucólicos que registram chegadas e partidas, idas e vindas, e de quebra, horas de espera. Te ver ali, sentando no nosso banco, ouvindo sua banda preferida. De preto, ora trocando as músicas, ora olhando para baixo.
Eu, na catraca, mal conseguindo colocar a passagem de tanto nervoso. Vendo você de longe e com aquela minha típica vontade de fugir. É que você sabe, sou meio desengonçada e não lido bem com rejeição.
Dei alguns passos, larguei minha sacola, você se levantou. Como previsto nos abraçamos. Foi tudo como você pensou, foi tudo como eu pensei. Em compensação, perdi a voz, tremi na base, mas mesmo assim estava feliz só de saber que por àquela hora, tinha uma boa companhia.
Tirei coragem de todos meus poros e deixei o medo de lado. Quando fui ver, estava com um dos meus braços enroscado em seu pescoço. Foi surreal, até agora não consigo acreditar que tomei algum tipo de atitude.
Tentei segurar todos os meus suspiros por causa da ainda falta de intimidade. Queria ter sido durona, não consegui. Queria ter esquivado, também não consegui. Acabei me entregando a sua doçura e amolecendo.
De mãos dadas, de braços dados, abraçados. Olho no olho. Reciprocidade estampada em tantos sorrisos. Estávamos ali, naquele momento, caminhando na mesma direção e dividindo da mesma vontade: ficar juntos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Menina, as palavras me fizeram sentir isso tão forte, aqui.

Que lindo.