Sempre gostei mais das tardes nubladas. De ver as pessoas com blusões de frio, botas nos pés e boinas para aquecer a cabeça e as orelhas. Os casais abraçados na tentativa de se aquecerem.
Os dias parecem mais longos no frio.
Uma xícara de café para acompanhar aquela conversa. Outra de chá antes de dormir. O banho quente. A sensação de não suar exageradamente, como acontece no verão. E o edredom é a recompensa para quem teve um cansativo dia de trabalho.
Queria acordar de manhã e encontrar neve na porta da minha casa. Queria abrir a janela e ver os flocos de neve caindo. E poder fazer um boneco com nariz de cenoura e olhos de botão, brincar de jogar bolinhas em quem passasse na rua e deitar no chão para fazer um anjinho. Às vezes é ruim viver em um país tropical.
Também gosto do outono. É interessante ver as flores secando e caindo, para ficarem mais bonitas depois. Assim como elas, parece que me renovo. Desprendo-me da carcaça antiga para que uma nova apareça.
Na primavera, sou borboleta. Liberto-me do meu casulo e esvoaço por ai. Ora sou negra, ora sou roxa. Por vezes vermelhas e outras tantas amarela. Depende do humor e do estado de espírito.
Pulo o verão.
O estágio inicial é o inverno. O momento em que sinto meu coração aquecido. A vida que passa em câmera lenta. O frio, as mãos, os pés e o cobertor. Colar um no outro feito cola Super Bonder. Estar junto. Ficar junto. Nessa e em outras estações.
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