Faço o mesmo caminho. Passo sempre pela mesma praça. Nela, há de tudo. Gente sentada nos bancos, velhos batendo papo, pessoas que não tem onde morar. Nas quartas, se não me engano, há até feirinha de artesanato. E mesmo com essa mistura, o cenário é harmonioso.
Começo de semana e mesmo com o frio, transeuntes circulavam pela praça. E eu, como sempre, estava com pressa. Não estava disposta a reparar em nada e muito menos a desacelerar o passo.
Só que algo surpreendeu meus ouvidos. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar na verdade não há, foi o que eles escutaram.
A voz pertencia a um homem, cujo rosto só vi de relance. Pelo que aparentava, ele estava há horas parado no mesmo lugar, cantando a mesma música e não se importando com as pessoas que passavam ao seu lado.
Pode até parecer pouco, mas ao ouvi-lo, senti os elementos que compunham a cena ficarem em câmera lenta. Desacelerei o passo, desfiz-me da distração e comecei a pensar.
“Por causa da pressa, a gente deixa de reparar no que acontece ao redor. Por causa da pressa, a gente transforma o cotidiano em rotina. Fecha os olhos e segue em frente. Deixando de viver os momentos do hoje e se preocupando com o dia que ainda nem chegou”, matutei.
O que pensei mais parece frase de livro de auto-ajuda, eu sei, mas é o que de fato acontece e que inclusive, ninguém vai conseguir mudar. A pressa cega. Nada é para sempre. E já que o amanhã ainda não existe, por que deixar o que pode ser feito hoje para o dia seguinte?
Abrace mais, converse mais, demonstre mais. Observe mais.
Viva muito mais.
E como já esperava, não vi e nem ouvi a cantoria do homem no dia seguinte...
Um comentário:
Gostei do texto!
Virei seu seguidor...
Quando possível da uma passadinha no meu blog..
Abraços...
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