Um litro de tristeza para cada desilusão. Um litro de saudade para cada ausência. Um litro de arrependimento para cada palavra dita sem pensar. Um litro de mágoa para tudo o que ficou guardado no peito.
Quilos e quilos de cartas que mal chegaram à caixa do correio. De emails que mal foram enviados. De textos que não foram escritos e muito menos pensados. De ideias que foram jogadas fora na velocidade do vento.
Cem metros de abraços que não foram dados. De corpos que não se tocaram. De olhos que não foram postos de frente para outros olhos. De rostos que se viraram antes mesmo de se cruzarem.
Dezenas e dezenas de dedos apontados na fronte de outra pessoa. De ameaças de partida. De berros e gritos. De incontroláveis surtos de raiva. De agressão verbal e gestual.
Incontáveis lembranças. Dos abraços dados. Dos elogios trocados. Da alegria compartilhada. Da cumplicidade dividida e que foi transformada em memória.
Em lembrança.
“Num deve haver rancor, onde já se teve amor”.
"Foi bom enquanto durou e durou enquanto tava sendo bom".
Não é que não deu certo. Durou até quando tinha que durar.
Naquele momento fomos importantes, nos bastávamos, éramos essenciais um para o outro.
O mais importante: fomos felizes até quando tínhamos que ser.
Houve beleza.
Um brinde ao que fomos um dia.
Carinho, afeto e gratidão.
Bom é lembra e sorrir.
Texto encontrado nas profundezas de uma esquecida gaveta.
Arrumado. Modificado. De acordo com o agora.
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