Vejo a vida passar em tubos de pasta de dente. A cada passada na escova dentária percebo como o tempo tem passado. Ele se esvai, escorre entre os dedos. É um ser incontrolável.
Sinto que estou enlouquecendo. Deve ser por isso que tenho tido tantos devaneios. Aquele papo de desprendimento, desapego e liberdade ainda estão presentes da minha mente.
Soa até que engraçada essa comparação vida-pasta de dente. Close-up sabor menta. Sabor azedo que chega a ser doce. Agridoce. É de um amor assim que preciso.
- Quem falou em amor?
- Presumo que tenha sido você...
- EU?
- Talvez seja seu inconsciente que insiste em te lembrar que você não consegue viver sozinha.
Talvez.
Talvez = possibilidades
Talvez ≠ certeza
O que me consola é saber que as possibilidades existem. A incerteza de ser surpreendida pela vida me acompanha. Ando sem pressa pras coisas. Dê tempo ao tempo, já me diziam.
Regulando a velocidade. O velocímetro prenuncia. Desacelerando.
Quer saber do mais. Não preciso de presentes e sim de alguém presente. Dê-me rosas, bombons, biscoitos, guloseimas. Adoro tudo, acho lindo. Mas não desapareça quando eu precisar. Bata na minha porta, ofereça seu ombro, se ofereça para mim. Estamos entendidos?
Vida sabor close-up de menta.
Azeda. Doce.
Amor agridoce.
Que amor?
Me puxa pelo braço, me mostra o caminho.
Garantia de boas emoções.
Devanear é uma arte.
Deleite-se.
Em mim...
Aproveite-se da minha predisposição.
Está esperando o que?
Nenhum comentário:
Postar um comentário