O tempo certo...

Realmente tudo tinha que acontecer. O desapontamento, a descrença, a desconfiança, a tristeza e até mesmo a traição. Tudo teve um resultado produtivo no final. Descobertas foram feitas, várias coisas foram remoídas e libertadas depois.
Não tinha outro jeito. O único modo de poder ter o alívio total dependia somente de uma pessoa. E essa pessoa fez sua parte, admitiu o erro depois de muito tempo e ofereceu a calmaria. A tão sonhada calmaria que resultou no alívio da alma.
É complicado entender o próximo. Todos têm suas frustrações, todos se movem por impulso, mas é injusto fazer os outros sentirem uma dor manipulada. Essa dor manipulada que acaba, que machuca, que corrói e que um dia vai cicatrizar. Mesmo que cicatrize aquela marca sempre estará lá. É algo eterno, é algo que será sempre levado e lembrado pela vida toda.
Absorver, aprender com os erros dos outros e com os próprios erros são alguns dos modos de fazer com que a sofreguidão diminua. O direito de se redimir é possuído por todos e a escolha de quando dizer também pertence a quem se arrependeu. Só que perdoar é algo difícil quando a mágoa está envolvida. Talvez o perdão demore mais quando ocorre a quebra de confiança.
Prefiro pensar que as coisas acontecem nos momentos mais improváveis e certos, onde o magoado pode dizer para o arrependido o que sente e onde o arrependido pode pedir perdão e ouvir o que o magoado tem a dizer. Assim, ambas as partes sabem o que é o melhor para si.
Mesmo que alguém erre, mesmo que alguém magoe, mesmo que alguém deixe uma cicatriz eterna o mais digno a se fazer é não desejar o mal para o próximo. Cada um sabe o que é melhor para si e cada um sabe o que colherá no futuro. Se plantarmos o bem, logicamente colheremos o bem e vice-versa.
Talvez esses sejam os modos de viver uma vida mais otimista, mais madura, uma vida melhor, onde o futuro já está escrito, onde as coisas já estão previstas e destinadas a cada um que fizer por merecer.