quinta-feira, 16 de outubro de 2008

É triste... [parte 3]

Desejo começar esse texto com uma confissão: pela primeira vez encontro uma pequena dificuldade para escrever. Creio que isso esteja acontecendo por conta de ser um assunto complicado e porque muitas coisas passam pela minha mente ao mesmo tempo.
Não sei exatamente como começar, mas sei que toda essa história valeu muito a pena. Como já havia escrito aqui, o fim está cada vez mais próximo. Dessa vez falta aproximadamente um mês para uma nova vida. Uma nova vida sem aquelas pessoas que fazem parte da rotina, sem as brincadeiras diárias e o carinho fraternal de todos os professores.
A mesma proteção que eles nos oferecem será completamente desconhecida no próximo ano. Ninguém mais fará o mesmo por nós. Talvez sejamos apenas números, ao contrário do que ainda somos.
Saudade, essa é foi a primeira palavra que apareceu na minha cabeça. É algo que sinto desde já. Às vezes me pego olhando para os lados, somente a observar e percebo que dia após dia algo de diferente toma meu ser. Às vezes sinto raiva, desejo sair rapidamente de lá e começar uma vida nova. Em outros momentos desejo que tudo aquilo continue, que todas aquelas pessoas continuem na minha vida e que ninguém se separe. Ai caio em mim e chego a conclusão que tudo aquilo faz parte de um ciclo. O ciclo da minha vida e do meu crescimento.
Acredito que, pelo menos uma parte, esteja se sentindo como eu. Afinal, são dez anos em um mesmo lugar. Vi todos que já entraram e já saíram de lá, mas nunca pensei que um dia isso fosse acontecer o mesmo comigo. É uma sensação estranha: é como se um mundo novo me chamasse, é como se algo novo me aguardasse. É uma mistura de nostalgia com a sede de conquistas sobre novas coisas.
Em certos momentos fico chateada por ter a plena consciência que poucas amizades continuarão. Muitas pessoas entraram na minha vida esse ano, justamente no último ano e tenho receio da separação. Não quero deixar aqueles que gosto, mas a vida me chama, novas conquistas me chamam.
Por mais doloroso que seja encarar a realidade, decidi tentar aproveitar todos os momentos com as pessoas que gosto. Só que é complicado porque o sentimento de saudade antecipada às vezes me irrita e fico calado somente a observar o que acontece ao meu redor. Ainda tenho a esperança de que aqueles que quero ainda aproveitarão comigo o pouco tempo que tenho lá. Não quero ir embora com a sensação de que não aproveitei devidamente o que foi oferecido. Enfim, é melhor deixar as coisas acontecerem.
A única certeza que tenho é que uma vida nova me espera, repleta de coisas novas, mas a eterna lembrança dos anos vividos em um mesmo ambiente nunca sairá da minha mente. As pessoas, os cheiros, os gestos, tudo, tudo será eterno para mim. Sei que tenho muita história para contar e espero poder encontrar todos que participaram da minha e que me ajudaram a construir a minha história. Quero muito que todos sejam felizes, que os sonhos se realizem e que nunca se esqueçam dessa garota que ama escrever e que pretende viver disso. A lembrança será eterna e todos vocês também...

5 comentários:

Anônimo disse...

Pela primeira vez choro lendo um texto escrito por vc! Todos são maravilhosos, mas nunca me tocaram, pq não tinham nada a ver comigo, mas confesso que esse despertou em mim uma emoção que não tinha sentido antes. Parabéns! A cada dia que passa me orgulho mais de você neusinha!

Anônimo disse...

Ter talento. Algo que ela tem de sobra,cativar as pessoas , algo que ela sabe de tras pra frente e até de cabeça pra baixo.
Lutar por um ideal, coisa que ela sempre fez.
Ser feliz , é o que ela vais er daqui pra frente!
Este texto é exatamento o que se passa na mente dela e além de tocante fala nada mais do que a verdade e é com total apoio e afeto que comento estas lidas e iluminadas palavras digitadas por ela ! Parabéns , porque você já é uam vencedora !

Gabi Pasquale disse...

Pois é, Dii!
Ao fazer esse texto também tive vontade de chorar. Cara, é estranho pensar que algo de uma vida está prestes a acabar. Fico feliz por poder começar uma vida nova, mas ao mesmo tempo fico triste por deixar um mundo que vivi.
Pode ter certeza que de você, sua mala, não vou esquecer. Pode me chamar de Neusinha tá, só pede autorização para o Bode porque ele é o autor do apelido, hahahaha.
Beeeijos.

Gabi Pasquale disse...

Drééé!
Pela primeira vez você comenta aqui. Fico feliz demais por você ter entrado aqui e lido esse texto.
Sim, fico feliz pelas coisas que li aqui. É bom saber que a sua pessoa me acha uma vencedora e que tem orgulho de mim.
Tenha a certeza que sempre estarei contigo, você sempre será meu amigo.
Beeeijos

Anônimo disse...

Gabi, sempre me identifico com seus textos, mas esse realmente foi o que mais me emocionou, até pq você descreveu exatamente tudo o que estamos sentindo, mas ao mesmo tempo, pelo cansaço e pela vontade de fazer outras coisas, queremos abrir mão de toda essa rotina, de toda essa convivência e principalmente de todo o companheirismo
Vou sentir tanta falta, e só de pensar, já dá uma vontade enorme de chorar. Ótimo texto! Beijos :*