Vida regrada, sem muitos amigos, apenas a rotina prevalecente. A realidade não é mais aquela vivida com pouca intensidade, mas com muito zelo. Vida repleta de pessoas em volta, alguns refúgios, manias corriqueiras, sorrisos largos, choros com a maior cara lavada, abraços e apertos de mão.
O tempo parou e estagnei aqui. Perdi meus refúgios, os portos seguros tomaram vida própria e partiram também. Partiram do mesmo modo que tive que partir, que tive que me acostumar com um novo mundo. Um novo mundo que sempre soube que seria obrigada a adentrar.
Tentei ao máximo adiar as coisas e digo que vivi um pouco além do normal no que é ilusório. Tive que me pegar várias vezes sozinha com meus pensamentos e experiências passadas que precisavam ser divididas com alguém para perceber tal fato.
Não sei o que dói mais: a saudade ou o reencontro. O antes ou a consequência do depois. Não sei de mais nada, apenas busco constantemente e incessantemente por novos refúgios, novos abrigos e por novas pessoas que estejam dispostas a me aceitar do jeito que sou.
Os tempos são outros, os refúgios e ilusões tiveram que se separar e tomar vida própria e errante longe de sua verdadeira dona. Tiveram que ser libertados. Quem se libertou – os refúgios da dona, ou a dona dos refúgios? Ambos pediram férias, assinaram sua carta de alforria provisória sem data prevista para retornar ou não. Ambos querem um pouco de paz e necessitam de outros donos e novas ocupações para que a vida siga adiante.
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