“Fez-se mar, parece que o amor chegou ai, eu não estava lá, mas eu vi.” Era essa a música do casal, a música que quando escutavam acabavam inconscientemente se lembrando de cada coisa vivida. Poderiam estar juntos ou separados, mas quando essa música tocava um filme passava na cabeça deles.
Cada dor, cada sorriso, cada abraço. Tudo, tudo parecia recente, tudo parecia sem um fim. E o fim chegou. E o fim apareceu. E o fim doeu. E estavam lá os dois sentados, vivendo em outro canto, fingindo que nada tinha acontecido.
Ah! Mas a música. Ah! A música ainda era marcante, ainda era dolorosa quando escutada. Ela chorava descrente das coisas, afinal o amava tanto. Ele se fazia de forte, mas por dentro se acabava, se doía e queria tê-la de volta. Só que a falta de coragem de ambos, o medo constante atrapalhava o andar das coisas. E o tempo passava, os dias, meses, e ambos não faziam nada. Os amigos não aceitavam, faziam de tudo para junta-los novamente. Só que eles diziam que não queriam, que não persistiriam em algo que não deu certo na primeira vez. Insistiam na mesma causa infundada.
A vida não colaborava, eles pioravam, se distanciavam cada vez mais. Continuavam se amando, apenas não davam o braço a torcer. Passavam dias largados, olhando as fotos tiradas, chorando pelos momentos vividos. Não queriam largar o passado, queriam revive-lo, mas a coragem faltava.
Em um belo dia, com um pequeno empurrãozinho, com a ajuda da vida os antigos amados resolverem se reerguer. Resolveram seguir a vida, andar nas ruas, encher a cabeça com qualquer coisa. E o destino, por mais impressionante e misterioso que ele seja, ajudou no reencontro dos dois.
Estavam lá no mesmo ambiente ao som da tal música, o filme continuava a passar pela mente dos dois. Aproximaram-se, diziam coisas lindas, queriam voltar. A dor da saudade os consumia, se abraçaram e resolverem dar um sossego para o coração. Viverem, terminaram e reviveram ao som da mesma música que marcou a vida deles.
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