terça-feira, 16 de junho de 2009

Lembranças, saudade e uma pitada de solidão.

Sentada ao lado da janela do transporte que frequentava diariamente, passava a mão no vidro enquanto ouvia algumas músicas que traziam saudade e lembranças de um tempo que deveria ser esquecido, mas que não conseguia esquecer. Na realidade não eram desenhos e sim rabiscos, riscos feitos com as pontas dos dedos. Eram sinal de tristeza, incompreensão e de queria apenas alguém para poder abraçar naquele tempo frio.
Ouvia essas músicas propositalmente, já que não conseguia chorar sem elas. E o choro era sua única manifestação de que estava desesperada e sem saber o que fazer. Ele era abafado e calado, já que não havia possibilidade de espernear porque outras pessoas dividiam o mesmo ambiente.
Enquanto rabiscava e olhava seus desenhos se desfalecendo se lembrava cada vez mais de coisas que realmente queria esquecer: do primeiro diálogo, de tudo e até de momentos que acreditava que não lembraria. E justamente as recordações que acreditava que não lembraria, eram aquelas que doíam mais, que machucavam mais.
Ainda se sente farta por se sentir assim, por lembrar-se de certos fatos relapsamente como se fosse hoje, como se revivesse o que passou. Está completamente cansada por não conseguir esquecer e por sentir tanta saudade. Precisa acabar com isso antes que a situação piore, antes que a saudade tome conta de todo o seu ser. Só que ainda não sabe o que fazer, tentou tomar algumas atitudes, desistiu e espera que a vida faça algo.


Um comentário:

Diego Costa disse...

Só o tempo pode nos livrar dessa solidão. O que vivemos é inesquecível. As pessoas, as ações, tudo se transforma em boas lembranças.A Saudade que sentimos foi um dia uma solidão. E saudade é algo que permanece em nós enquanto alimentarmos essas lembranças. Efeito colateral de tudo isso: chorar, riscar vidros, e o melhor: escrever. Esses sentimentos sempre nos inspiram.

Amei o texto!

Meu orgulho! =]