De fato, são só duas letras, duas vogais juntas que provocam um som. Para muitos, algo simples, fácil de ser pronunciado, dito quase constantemente. Para mim, algo que exige muito. Exige da minha boca, dos meus sentidos e do meu não-pensar. Duas letras que provocam em mim um alvoroço, mil reações e possibilidades de pensamento.
Algo em mim bloqueava a pronuncia de tal palavra. Quando me via prestes a dizê-la simplesmente fugiu, desviava, esquivava, desaparecia. E logo depois me sentia completamente culpada por tal atitude.
Não é antipatia, falta de vontade ou qualquer coisa do tipo. Apenas continuo fugindo do que é novo, daquilo que tenho certo medo. Acredito que a fuga, para mim, é o caminho mais fácil quando ainda não estou preparada para alguma determinada situação. Sei que é errado ser assim e já providencio mudanças. Mudanças sem um prazo determinado, por sinal.
Depois do “oi” balbuciado, ou melhor, do “oi” acenado fiquei me sentindo uma idiota por não ter tomado essa atitude antes. Na realidade, aos meus olhos foi uma superação porque nem pensei em nada quando minha mão simplesmente se ergueu e fez um singelo movimento de vai e vem para os lados.
Aquilo passou rapidamente, passou mais rápido do que qualquer coisa em minha vida e acabou recebendo o apelido de superação mesmo. Superação porque uma parte do tal bloqueio passou, mas há estilhaços que ainda existem. E são esses tais estilhaços que serão mudados mais cedo ou mais tarde com ou sem auxilio do tempo.
O “oi” aconteceu, e o “tchau”? Será que o “tchau” também acontecerá?
Nenhum comentário:
Postar um comentário