segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Último Romance.

Meus amigos começaram a se preocupar com outras coisas e finalmente pararam de fazer aquelas piadas sem graça sobre você conversar comigo ou não. Notei seu sumiço por uns dias e fiquei completamente preocupada com tal fato. Na realidade não tinha como eu saber o motivo do seu sumiço, tanto mistério serviu para que não soubesse de exatamente nada.
Não tínhamos trocado telefone ou qualquer coisa que pudéssemos nos comunicar. A cada dia minha preocupação só aumentava. Pensei em conversar com seus amigos, mas eles não me diriam nada já que a pessoa que mais sabia de você era eu. Pensei em ir até a sua casa (se eu ao menos soubesse onde ficava).
Comecei a pensar que não adiantava ter seus sorrisos, seus mistérios e agora seus abraços já que não tinha como aproveitar tudo isso sem sua presença. Pensei seriamente em desistir e de parar de me preocupar contigo também.
Passei dias triste, sem entender nada, sem receber ao menos uma notícia. Tal fato mudou quando, de repente, recebi uma ligação. No momento que olhei para o visor do celular e vi aquele número pensei em não atender. Não sei por qual motivo, não sei se foi a intuição ou qualquer coisa do tipo, mas minha reação foi contrária.
Confesso que logo de supetão não reconheci aquela voz. Acredito que você ao perceber isso começou a cantar: “... E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim. O nosso amor a gente é quem sabe, pequena...”
Lembro-me que quando ouvi essa música justamente na sua voz a minha reação foi completamente estranha. Confesso que esperava chorar, mas eu simplesmente me calei, respirei fundo e custei em acreditar que era você que estava do outro lado da linha conversando comigo (ou melhor, cantando para mim).
Quando consegui balbuciar alguma palavra (que no atual momento não consigo lembrar) você simplesmente começou a se explicar e pediu que eu ficasse sozinha naquele mesmo lugar onde tudo tinha começado.
Logicamente aceitei e quando cheguei a primeira coisa que fiz foi sentar lá. Sentar lá onde tudo começou. As horas demoravam em passar, mas ao mesmo tempo em que isso acontecia pude notar que você não chegava nunca. Talvez eu estivesse ansiosa demais porque fazia dias que não nos víamos.
De repente enxerguei ao longe alguém vestindo uma blusa de frio cinza e com o capuz na cabeça. Percebi que tal pessoa estava vindo em minha direção. Em uma fração de segundo você estava ajoelhado na minha frente segurando uma rosa (aquela rosa que perfumou o ar naquela noite de ventania, lembra?) e cantando novamente para mim.
Lembro que me levantei, você me abraçou e ficamos horas desse jeito. Durante tal demonstração de carinho eu ouvia coisas lindas, você balbuciava algumas palavras e cantarolava. Dizia também que seus sorrisos ainda eram meus, que o mesmo acontecia com os abraços e que se pudesse ficaria o dia todo comigo. Pois é, eu também, por mim congelaria aquele momento. Só queria saber como você conseguiu meu telefone...


Para entender melhor:

Sorriso Secreto (parte 1)
Quebrando a noite com cores (parte 2)
Sinceramente (parte 4)

Um comentário:

Felms disse...

Lindo, lindo! Chorável /= !