sábado, 12 de setembro de 2009

Lágrimas e sorrisos.

E as lágrimas não caem, elas param, elas ficam presas e não querem sair. Precisam de um esforço e esse esforço não vem. Nem as músicas mais doloridas, os pensamentos mais difíceis fazem com que elas caiam. Elas simplesmente ficam no seu lugar habitual, no lugar onde se sentem a vontade: os olhos.
Dizem que quando isso acontece é porque a alma está cansada, sem condições de intervir no que se passa por dentro e muito menos no que se passa por fora. Na realidade quando a parte sentimental se encontra abalada, o mesmo acontece com o restante. Ai só o tempo pode mudar.
Mesmo achando que o tempo não muda nada, mesmo achando que ele só tira de foco a dor antiga e deixa mais evidente a atual, ainda acho que é preferível acreditar nele. É nessa fase que os questionamentos aparecem, que algumas perguntas que ficaram sem respostas da última vez são respondidas. O aconselhável é ter fé e esperança de que as coisas vão mudar.
O importante é encarar a esperança não como o ato de esperar, e sim como o ato de seguir, encontrar o caminho independente de qual ele seja. Nessa fase o mais importante é tentar, tentar descobrir o que se passa e encontrar a luz no conhecido buraco negro – cujo todos nós possuímos.
Obviamente picos negativos aparecerão. É nesse momento que respirar é o melhor remédio, tentar não se desesperar também. São conselhos pequenos, difíceis de serem seguidos na prática, mas que são eficazes em momentos de calma. E são nesses momentos de calma que é necessário ajustar os ponteiros interiores e tentar notar quando isso vai parar ou não.
É bom saber seguir em frente e ter a consciência de que algumas coisas terão que ser deixadas para trás na intenção de que coisas novas apareçam. Ai aos poucos as coisas vão se encaixando, mudando, voltando para o lugar, se adaptando as novas escolhas. Aos poucos o que era escuro fica claro. Fica claro como quando entramos em um túnel no meio de uma estrada e aos poucos vamos vendo uma luz muito pequenina que aos poucos vai se expandindo, se expandindo, até o ponto que a claridade toma conta de tudo e de todos.
Depois que a fase ruim passa, o que aparece é o aprendizado, a força para quando isso acontecer de novo. As lágrimas que um dia ficaram impossibilitadas de cair por causa do cansaço são substituídas por sorrisos. Sorrisos largos, enormes e que aparecem no rosto como recompensa de tempos difíceis que se instalaram, se alojaram, mas que foram embora. Que foram embora sem um tempo determinado, sem hora e muito menos prazo para voltar.

Um comentário:

Filipe Garcia disse...

É que, às vezes, as coisas fogem mesmo do controle. Fogem em lágrimas. Mas depois, voltam os sorrisos. Pra depois voltarem as lágrimas.

E será sempre assim. Círculo.

Beijo, Gabi.