Você partiu. Partiu e me avisou. E eu fico a te esperar. Na realidade todas as vezes que alguém precisa partir, sou eu que parto primeiro. Sou eu que saio e te deixo sozinho, sozinho com outras pessoas além de mim. Sozinho de mim, solidão de mim, na verdade.
Agora eu fico aqui a te esperar na esperança da sua volta repentina. Na sua volta repentina daquele jeito que só você sabe me surpreender. Que só você sabe me notar, me deixar feliz.
Felicidade é algo breve, e quando sua presença existe, nem que seja por minutos, uma parte do meu dia já é feliz. Que exagero, diz a razão dentro de mim. Exagero seria para aqueles que não valorizam as pequenas coisas da vida.
Uma palavra, um gesto, um sorriso, qualquer coisa que me faz sentir querida já me deixa feliz. Ah! Saber que você é querido já me deixa feliz também, pena que não divido isso contigo. Mas pode dizer que no fundinho você sabe, você tem noção disso, só que não me diz nada.
Talvez o não deixar explícito deixe as coisas mais interessantes, de um modo onde alguém precisa desvendar algo, de um modo onde tudo fica nas entrelinhas. As coisas ditas, feitas são sutis, de fácil dedução. A dedução por vezes mata, mas dá forças pra continuar a deduzir.
De fato, prefiro continuar a deixar as coisas desse modo. Prefiro partir primeiro pra depois voltar. Prefiro partir primeiro pra quando voltar te encontrar ai, sem saber se me espera ou não. Sem saber de nada, mas com a ideia fixa de que tudo será interessante como sempre. Como sempre...
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