Releio seu texto e me emociono sempre com o último parágrafo. São palavras tão puras, tão singelas, tão sinceras. Ah! Por que você não fica? Espera eu servir o café, ele está quase pronto. Espera um pouco, o pão de queijo está quase pronto também.
Para quê tanta pressa? Vamos escrever, re-escrever, ler e reler nossos últimos parágrafos. Vamos dar continuidade a nossas inexistentes reticências.
Espera, ainda não sai por aquela porta. Toma seu café primeiro, fica comigo por mais cinco minutos. Senta, se alimenta, come seu pão de queijo. Doa para mim mais cinco minutos. Conta sobre sua vida, diz pra mim o que tem feito.
Volta, toma mais uma xícara. Como aquele pedaço de chocolate meio amargo que tanto gosto. Dá mais cinco minutos para mim. Deixa-me contar sobre meus planos, sobre o que tenho feito. Deixa-me dizer o quanto você faz falta, o quão importante és para mim.
Olha pra mim, não foge esse olhar. De cinco em cinco minutos fui te ganhando, de cinco em cinco minutos vou te achando. De minuto a minuto consegui criar quinze minutos, quinze minutos de muita atenção, de muito afeto. Topa me dar seu tempo eternamente?
Não sai por aquela porta, fica, toma mais um gole de café...
Um comentário:
"Só quem ama escuta o apelo da eternidade".
Carlos Drummond de Andrade.
É sempre o último parágrafo mesmo; o ponto final querendo ser reticências, implorando, e infernizando. O último parágrafo em que as palavras ecoam em nossas mentes, e que nunca morre.
Mas, se há início numa história, tem que necessariamente haver um fim?
São minutos que valem tempos...
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