Não assisti aquele jogo, os filmes estão parados na estante. Os livros com algumas páginas folheadas se acumulam um em cima do outro. Tudo se encontra parado. As músicas são aquelas mesmas de sempre, nada mudou nesse aspecto.
O caderno é completado aos poucos. É completado com palavras, pensamentos, desabafos, dor, tudo o que desejar sair de mim. Tudo mesmo. As paredes continuam brancas, a cama no mesmo lugar. Os móveis se encontram repletos de coisas – de filmes que não vi, de livros que nem cheguei a tocar e de CDs que nem escuto mais.
Pelo chão há moedas, pedaços de papéis, coisas que nem cheguei mexer. Na mesinha de canto há mais livros – todos lidos por sinal. Entre todos os livros lidos há lembranças do passado e do presente, coisas que serão levadas para o futuro também. Coisas que não serão esquecidas com tanta facilidade.
Nesse emaranhado todo há lembranças boas; algumas não tão boas assim também. Às vezes quando arrumo, quando resolvo organizar a bagunça, sento e fico relendo tudo o que escrevi. Fico vendo tudo o que vi, tudo o que já ganhei. Na memória aparecem as lembranças. Parece que relembro de tudo o que aconteceu na minha vida quando mexo em coisas que nem sempre são mexidas.
Abro alguns livros como quem não quer nada e tento tirar alguma lição das partes que abri aleatoriamente. Às vezes aparecem coisas boas, outras vezes aparecem coisas sem sentido algum. Observo também os DVDs que peguei emprestado e que nunca devolvi. Vejo que uma boa parte deles foi assistida, e que preciso assistir aqueles novos que ainda não vi. Espero fazer isso logo, se bem que me falta vontade.
Os livros continuam parados, estão empilhados. Os DVDs sentem a ausência do aparelho que os executa. Eu sinto ausência, a abstinência a falta de mais leitura, de mais filmes e de mais música também. E assim chego à conclusão que preciso de outros livros, de outras coisas para assistir e de outras coisas para ouvir também...
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