terça-feira, 29 de dezembro de 2009

29 de Dezembro de 2009, terça-feira, 21h33min

É com lágrimas nos olhos que faço o texto com tudo o que aconteceu de bom e de ruim neste ano de 2009. Muitas surpresas aconteceram, muitas descobertas foram feitas e posso dizer: sai viva de mais um ano. Um ano que fui um tanto que turbulento para mim por conta da mudança de ares.
Ano retrasado, mas especificamente em 2008, eu ainda era uma aluna de ensino médio que não tinha mínima noção do mundo. Passei 11 anos no mesmo colégio, convivendo com as mesmas pessoas diariamente e vivendo em mundo fechado que mais parecia uma redoma.
Lembro-me como se fosse hoje aquele fevereiro deste ano. Primeiro dia de aula na universidade, eu completamente sozinha, sem conhecer ninguém, sem saber nada da vida. Era apenas mais uma estudante do ensino médio que tinha acabado de sair do colégio e que tinha medo de não ter amizades, de não ser respeitada e de ser vítima de muitas coisas.
As coisas não saíram como o esperado, e neste mesmo dia fiz amizades. Fiz amizade com gente de outro curso, mas mesmo assim já estava feliz por ter tido a capacidade de ter conversado com alguém logo de cara.
Fui vítima do trote, fugi. Duas semanas depois as aulas começaram oficialmente, e nos primeiros dias fui conversando com poucas pessoas da minha classe. Na verdade, para ser muito sincera, puxaram papo comigo, eu retribui e hoje posso dizer que tenho amigos por lá.
Só que no começo as coisas não foram fáceis. Transição colégio/faculdade é bem complicado. Isso porque se convive com muita gente diferente. As pessoas não pensam igual, não tem uma vida igual. E foi por isso que tive que abandonar certos preconceitos, certos tabus.
Conhecer gente nova é fácil, mas ter alguém para poder chamar de “amigo” é outra história. Dias se passaram, pouco a pouco fui conhecendo e reconhecendo os poucos amigos que fiz lá e hoje posso dizer que eles podem ser chamados assim.
Continuei a estudar inglês. Tive momentos que pensei em parar, em largar o curso. Conciliar duas coisas, curso extra e universidade, é algo puxado. Às vezes faltei para poder fazer trabalhos e projetos da faculdade.
Foi neste 2009 que pude descobrir as verdadeiras amizades que saíram dos muros da escola. Posso dizer que foram poucas – dá até para contar nos dedos. Cheguei a ver meus amigos da minha fase de colegial, sai e me diverti com eles. Matei a saudade, tive tempos nostálgicos com eles por conta de tantas lembranças boas.
Acabei me conhecendo melhor por ter mudado de mundo, por ter conhecido novas pessoas. Posso dizer que amadureci muito de Fevereiro para cá. Cresci muito. Descobri-me sentimental ao extremo, preocupada com os outros e um pouco mais paciente com certas coisas da vida. Descobri lados extremos, situações diferenciadas dentro de mim.
Enfrentei turbulências por sentir demais, por gostar demais. Perdi uma oportunidade por medo, por desconfiança e por achar que todo mundo é igual. Na verdade, sentia que essa história era passageira e que tinha só acontecido para o meu crescimento. Meses depois fui descobrir que essa minha sensação era real, de fato.
Fui tomada por outra história, por uma mais forte. Posso dizer que foi nesse exato momento que acabei me conhecendo melhor. E cheguei à conclusão que há pessoas na vida que nos despertam sentimentos e sensações diversas, que fazem que nos conheçamos melhor. Enfim, foi aí que me descobri corajosa, forte, e que fiz uma das descobertas mais importantes da minha vida toda: tenho medo.
Descobri o medo de ficar sozinha, o medo de as coisas não saírem do jeito que planejei e queria. Em compensação encontrei a calmaria e pude notar que há certas coisas na vida que acontecem no momento certo independente da minha e da sua vontade. Deixar o tempo correr com naturalidade e sem pressioná-lo é a melhor coisa que tem. Esperar é a melhor escolha quando não se tem mais o que fazer.
Passei por dias acinzentados. Chorei em demasia. Tive dias em que me senti completamente destruída, derrotada e em pura desordem. Perdi o pouco equilíbrio que me tinha. Foi uma fase, que inclusive já passou.
Pouco a pouco tudo o que foi citado acima virou calmaria, esperança – na medida certa, espera, naturalidade.
Culturalmente falando foi bom também. Customizei um caderno e fiz alguns textos nele. Fiz romances que gostaria muito que tivessem se tornado realidade. Enviei alguns que escrevi; esses mesmos que dediquei a uma pessoa só. E acredito que felicitei muito esse certo alguém.
Assisti muito filme. Meu gosto musical mudou completamente. Meus ouvidos e meus olhos se tornaram mais seletivos. Comecei a dar mais valor pelas palavras, pelo que alguns escritores escreveram. Descobri que depois de jornalismo, quero trabalhar com cinema e fotografia.
2009 foi um ano de descobertas, de transformações e de mudanças plenas. Muita coisa aconteceu, coisas que acho que nem cheguei a citar aqui. O que sei é que fiz tudo o que pude para ter um ano feliz e espero que 2010 seja muito melhor. E para o próximo ano quero mais paz, mais saúde, mais tranqüilidade, mais felicidade, mais realizações. Quero um ano muito melhor. Vamos ver no que vai dar, o que pode acontecer.

Nenhum comentário: