Sentir é como o passar de fases em jogos de vídeo game. É como se cada estágio, cada nível recebesse uma dificuldade maior. É quando tentamos, falhamos e continuamos (sem desistir) até a parte final – que aqui prefiro tratar como continuidade.
De nível a nível conhecemos vários tipos de sentimentos. Em primeiro lugar sentimos aquela quedinha, aquela vontade de saber mais e mais do próximo. Quando conhecemos, quando o outro deixa ser descoberto, acabamos nos encantando e temos aquela sensação de que a pessoa é incrível.
Logo após a primeira fase descobrimos o gostar, o carinho, que logo depois vira paixão. Aí é quando suspiramos, pensamos na pessoa e somos capazes de tudo por ela.
Paixão não são flores e recebe o significado fiel ao que o dicionário dá: desgosto, mágoa, sofrimento prolongado. A partir daí conhecemos a destruição, a desordem. Perdemos a força e viramos coadjuvantes de nossa própria existência.
Passamos a observar outra pessoa levando a nossa vida enquanto a carregamos nas costas. Descobrimos dias acinzentados onde o principal desejo é que ninguém nos veja.
Choramos, nos descabelamos. Desejamos que o sentimento fosse arrancado e temos medo de não suportar todos os baques. Na verdade é aí também que descobrimos se ele é verdadeiro ou não.
Depois de um tempo, com naturalidade e se o sentir passou por todos os estágios, conhecemos o tal do amor. Esse sentimento que não machuca, não dói e é benigno. Esse tal que traz calmaria, oculta as tristezas e transforma tudo o que foi ultrapassado em paciência, espera, calma.
É também aquele que aceita o querer do tempo e que aguarda de braços abertos o ser amado. É aquele que consegue passar por todas as fases, que ultrapassou todas as dificuldades e todos os limites de todos os níveis.
É aquele que foi capaz de tudo, que conheceu vários mundos, que passou por todos eles e que se manteve aqui, intacto e forte, no peito. No lado esquerdo do peito.
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