A visão agora é outra. Os dedos entrelaçam-se em sinal de paciência e o corpo se acomoda na poltrona mais confortável. Os pés esticados na mesa, o jornal no colo, e a xícara de café ao lado.
O cenário tem pouca importância perto do outro cenário que criei em minha mente. Resolvi deixar o tempo se encarregar de tudo, resolvi ter um pouco mais de paciência e esperar o que pode acontecer. Dizem que a espera é torturante; e realmente, em certos momentos é. Mas sei que no futuro, um futuro nem tão longínquo assim, serei recompensada e a minha poltrona será substituída por um sofá.
Será substituída por um sofá de dois lugares. A mesa receberá dois pares de pés, e as letrinhas de jornais serão divididas por nossos olhos e cada um vai segurar uma extremidade do jornal. E na dispensa terá mais café. Mais café para duas xícaras.
Os dedos se entrelaçarão entre si e sairemos de mãos dadas por ai, por esse mundo afora. Cada dia uma descoberta, cada dia uma desbravada. E nossas mãos, nossos pensamentos vão seguir unidos. Juntos. Sempre.
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