domingo, 20 de dezembro de 2009

Sensações múltiplas

Por mim já teria pegado aquele trem a caminho de sua casa a teria lhe esperado no portão. Teria esperado sem tocar a campainha com a esperança de que do nada você abrisse a porta e se depararia comigo. Se depararia comigo, sentada, por vezes de pé, só a esperar.
Por mim já teria ligado, já teria deixado seu número discar quando ele aparecesse intencionalmente no visor do meu celular. Por mim não teria hesitado, não teria evitado todo aquele sentir e teria movido colinas só para lhe ter mais por perto.
Por mim já teria escrito textos, feito poemas. Tantos, muitos, vários que lhe surpreenderiam. Aqueles, sim, totalmente dedicados a você. Teria escrito nossos nomes nas árvores de todos os lugares que passei. Teria aprendido, idealizado, inventado muitas maneiras de me aproximar, de fazer com que o tempo e a distância nos aproximássemos.
Por mim teria feito rimas dos diálogos monossilábicos. Teria feito deles sonetos, duetos, tercetos. Qualquer coisa. Teria lhe transformado em palavras, diálogos, causos, relatos. Qualquer coisa mesmo.
Por mim teria lhe desenhado. Teria lhe desenhado nas nuvens, no sol, no clamor das coisas. Teria dito e trocado o não dito por qualquer coisa que valesse mais a pena. Por mim não teria escondido por tanto tempo o sentimento. Por mim espero, ainda posso esperar.

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