segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Confusão

“... E parecia-lhe que entrava enfim numa
existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha seu intuito diferente.
Cada passo conduzia um êxtase e a alma
se cobria de um luxo radioso de sensações...”
O Primo Basílio - Eça de Queirós



Um misto de sensações. Todas quais não sei definir. Tristeza. Alegria. Felicidade. Vontades múltiplas, sem fim. Dançar, pular, cantar, berrar. Muita coisa ao mesmo tempo em que não sei definir.
Ainda não aprendi. A lidar com certas coisas. Ao mesmo tempo em que sou forte, me sinto pequena. Ao mesmo tempo em que me sinto pequena, me sinto grande; a única capaz de delimitar meu tamanho. Estranhamento.
Horas atrás tudo tinha um colorido diferente. Um gosto, um jeito, um olhar diferente. Vida. Tudo o que sentia. Misturas e misturas de uma insanidade incolor, insípida, invisível. Toque. Toque-me.
O desconhecido bateu em minha porta e entrou sem pedir licença. Roubou as chaves da minha bolsa, jogou o chaveiro fora e se apossou da entrada principal. E em menos de minutos tomou conta de tudo o que sou. Do que fui. Do que ainda vou ser. Vou saber.
Da minha casa. Interior. Superior. Primeiro andar, segundo, terceiro. Veio à tona tudo junto. E me senti incrivelmente bem como nunca me senti antes. Senti a vida correr pelas veias no lugar do sangue. Pensei que elas fossem explodir. Sumir.
Agora me sinto em paz. Tranqüila. Respiro tranqüilidade, inspiro paciência e transpiro calmaria. Muita coisa em um dia só. Reticências. Ponto e vírgula. Pausa. Continuidade. Amanhã.

Um comentário:

Cleyton Cabral disse...

Owww, Gabi, obrigado pela visita.
E volte sempre.