quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dosagens certeiras de uma não-dúvida.

Eu te conheço até demais, mas até hoje tenho aquela sensação de que há sempre algo mais para ser mostrado. Desvendei metade da metade dos seus mistérios e ainda me sinto submersa e incompleta por tantos outros que ainda estão por vir.
Admiro a profundidade e a complexidade dos seus olhos castanhos. Esses que olhei pouco... por medo, confesso. Medo de me afogar neles e nunca mais voltar ao mundo que sempre me encontrei. Medo de me sentir totalmente inundada, tomada, aprofundada e sair, até mesmo, do controle do meu cotidiano nada convencional.
Eu já te conheço o bastante ao ponto de saber de suas manias. Aquelas que você permitiu mostrar, e as outras que no decorrer do tempo fui descobrindo. Fui notando dia após dia até perceber a falta que elas faziam quando não estavam tão aparentes assim. Sua constante presença faz falta.
Sua voz. Abafada. Típica de quem acorda de manhã na espera de um amanhecer melhor e que suspira a cada descoberta que a vida oferece. Essa que foi poucas vezes escutada e redirecionada a mim em outras pouquíssimas vezes que posso até contar nos dedos. Música para meus ouvidos, por assim dizer.
Eu te conheço até demais, mas não o suficiente. Dizer que gostaria de saber o que pensa agora sobre tudo, seria demais. Mas não nego. Essa é a minha vontade. Querendo ou não, você vive comigo. Mora no meu cotidiano, fala com meus amigos, segue meus passos por aonde vou (ou eu sigo os seus?). É o primeiro a me dar bom dia e aquele que proíbe qualquer desistência. Que martela na minha mente, que sorri vagarosamente dizendo que ainda preciso ficar. Ordena-se, então se obedece.
Seu sorriso. Tão misterioso quanto o próprio dono. Aquele que se mostra timidamente e que só desabrocha por causas especiais. Que pode ser também um daqueles contido quando pego de surpresa por meios inusitados de se aconchegar em seu próprio interior. Aconchego meu, aconchego, seu.
Eu já te conheço o suficiente, mas não para saber se duvidas...

... duvide até de mim, mas nunca do meu sentir.

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