Criamos expectativas. Vivemos no mesmo parâmetro, mas a vida é responsável pelo nosso total desencontro. Desejamos coisas distintas que nas proporções e limitações se tornam ao menos similaridades.
Sonhamos separados, construímos da mesma maneira. Nossos passos realmente não se cruzam diretamente. Vivemos nossa própria evolução. E tudo que nos sobra é a constante ânsia pela divisão de fatos novos ou usados de uma realidade que ainda não fomos capazes de criar.
Inventamos histórias, modos distintos de dizer um simples “oi”. Trocamos farpas ao invés de sermos todo coração. A docilidade não caminha de mãos dadas com o que fomos, com o que podemos ser um dia.
A impotência nos transborda por não sabermos exatamente onde iremos parar desse jeito que escolhemos viver. A estadia é permanente e perene nos corações de quem deseja algo bom para viver.
Fizemos nossas escolhas. Mas a vida contribuiu para que, na realidade, o caminho desandasse do conformes. Saísse dos eixos. Nossas linhas paralelas falam por nós. Abrem o berreiro por saberem que não somos perpendiculares e que mesmo que quiséssemos nada dependeria totalmente de nós.
Quem sabe a vida, o destino ou até mesmo o acaso cuide disso para nós. O infinito a Deus pertence. Quem sabe um dia nos cruzemos por ai e nossas linhas que um dia foram paralelas, finalmente, se rendem, se entregam ao que é perpendicular e formam um ângulo de 90º. Fulminância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário