Dezoito anos e sem nenhum amor aparente. De certo não queria ter descoberto, em uma tarde ensolarada que nunca tinha amado ninguém. Sempre sobreviveu de paixões avassaladoras não correspondidas que não chegavam a durar nem ao menos um ano.
Ter descoberto isso foi uma frustração. Seus amigos sempre diziam como era amar, o que sentiam. Sabia de todos os sintomas, de todas as confusões, de todas as teorias. O que faltava era a prática.
Se sentia vazia. Desejava alguém para dedicar seu tempo e pensamento. Para passar todas as grandezas e mazelas desse sentimento. Queria amar, mas não sabia como e nem quando isso poderia acontecer.
E foi de repente. Sem esperas, sem perceber e até mesmo sem nenhum tipo de programação que sentiu algo diferente em sua vida. Não sabia definir o que sentia, até porque o começo foi exatamente igual às paixões anteriores.
Primeiro conheceu, depois se encantou. Do encantou invadiu o pensamento. Do pensamento pulou para o coração. No coração chegou e ficou. Ficou, se alojou, permaneceu e nunca mais saiu.
Na verdade ainda não tinha se dado conta que já estava amando. Que algo tinha mudado até então. Sabia que algo estava diferente, mas não sabia exatamente o que. Sofreu como das últimas vezes. Chorou na mesma intensidade. De fato, pensou que fosse apenas mais uma paixão.
E não. Depois de muitas semanas se sentindo completamente sem vida, estafada de tanto sofrimento percebeu que a calmaria tinha tomado conta de tudo. Já estava mais paciente.
O peito não estava mais apertado, as lágrimas realmente tinham secado. A presença ainda era constante e tinha aprendido a conviver até com isso. Sabia que o sentimento não era sentido da mesma maneira. E isso pouco importava.
Ainda sofria às vezes. Chorava outras tantas. Mas no fundo, no fundo mesmo sabia que amava. Já estava um ano mais velha e o tal do amor ainda existia. Era companhia de quase um ano. Companhia diária que não queria dispensar.
Três palavras e o primeiro amor.
Três palavras para o tal do primeiro amor.
2 comentários:
Você escreve muito bem, adorei seu texto.
''Sempre sobreviveu de paixões avassaladoras não correspondidas que não chegavam a durar nem ao menos um ano.'' Encaixo-me perfeitamente nesta frase. E, encaixo-me ao longo do texto, eu acho. Adorei seu texto, já falei e repito que tu escreves muito bem. É muito agradável visitar seu blog, Gabi.
Beijos!
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