terça-feira, 20 de julho de 2010
De: um ausente
Quando se lembrar de mim, peço-lhe que pense que estou viajando. Que peguei minhas malas, separei minhas roupas e levei comigo, todos os presentes que você me deu. Que mesmo não sendo assim, me acompanhou até o aeroporto, pagou uma pizza na Pizza Hut e que me viu acenando do avião quando ele estava prestes a decolar.
Peço-lhe, quando sentir minha falta, que abra a escrivaninha do quarto e pegue o álbum de fotografias que montei para gente. Se preferir, coloque no som aquele CD que gravamos com nossas músicas preferidas. Por favor, não chore quando ouvir.
Quando estiver na rua e por acaso passar nos lugares que marcaram a nossa história, encare o sopro do vento como um beijo meu. Repare nas folhas que caem das árvores; sou eu lhe presenteando. E se chover, saiba que tem alguém do outro lado que também chora de saudade.
Se nada disso conseguir preencher a lacuna que deixei, pense que foi melhor assim. Que a distância, no final das contas, é a única maneira de sabermos quão um é importante para o outro. Que a saudade, por mais que doa, é o único sentimento que nos une, e que, por causa dela, o nosso reencontro será lindo e cheio de emoção.
Então, que assim seja.
- Sabe qual foi à sensação mais gostosa durante toda essa ausência?
- Não. Qual?
- Foi poder sorrir quando me lembrava de você e sentir, ao mesmo tempo, o coração preenchido pela mistura de sensações boas e a esperança da volta. Suspiro.
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2 comentários:
Ê, que bonitinho Gabi.
Suave, mas de uma intensidade incrível.
Muito lindo mesmo.
Há algo de bom na saudade: a expectativa da volta.
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