sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Coleções

Quando criança colecionava figurinhas, Tazos e passagens de ônibus. Adorava os bonequinhos do Pokémon, dos Cavaleiros do Zodíaco e aquelas bolinhas saltadoras que saiam das máquinas de um real.
Com o passar do tempo cresceu e suas coleções ganharam um canto no armário. E como de costume, em um dia dedicado a dar brinquedos que não já não brincava mais, pegou os Tazos e os bonequinhos dos Cavaleiros do Zodíaco e deu para alguém que não consegue se lembrar.
Anos mais tarde se despediu dos Pokémons e das tais bolinhas saltadores que foram parar nas mãos do seu primo recém-nascido. Apesar de não ser mais a dona dessas coleções, ainda se sente feliz ao vê-las com um membro da família e por vezes, até mata um pouquinho da saudade brincando junto com o novo dono dos antigos brinquedos.
Depois de passar a diante os brinquedinhos que marcaram tanto a infância, deixou de colecionar coisas por um longo período. Tentou colecionar canetas, mas as desmontava. Tinha a intenção de fazer uma coleção de chaveiros, mas os estragava usando.
Só conseguiu voltar a ser colecionadora em um dos anos de colégio quando trocava folhas de fichários decoradas com as amigas. Adorava tanto as cores delicadas e os desenhos coloridos que tinham nas folhas que as guardava no fundo do seu fichário.
Cresceu e deixou de colecionar coisas materiais. Passou a fazer coleções de sentimentos, de momentos que fotografava com os olhos e de sons que aguçavam os ouvidos. E considerou essa coleção uma das melhores porque levava tudo junto com ela: dentro do coração.
Ainda se satisfazia em ter por perto esses pequenos prazeres, quando descobriu os lápis da Faber Castell que tem aquelas bolinhas para segurar. Por ter se encantado, decidiu colecionar. Tinha o cor-de-rosa, o cinza, o azul e o preto. Queria todos, de todas as cores.
Na mesma época, colecionou amores, desamores, ilusões e desilusões. Levou de um lado para o outro a saudade que sentia por n motivos. E depois de ter feito tantas coleções, encontrou alguns brinquedos de quando ainda era criança e deu uma nova chance para eles. Ganharam lugar cativo na mesinha de seu quarto. E além de ter enorme carinho por esses brinquedinhos que viraram enfeite, ainda junta e leva consigo sentimentos, momentos, e sons. Pequenos prazeres. Para sempre.

Um comentário:

Anna Blume disse...

Eu guardei os meus tazos. Hoje, eu tenho 25. A minha filha de 1 aninho e 3 meses, espalha eles todos pelo chão. Eu colecionava qualquer coisa que pudesse englbar na mesma categoria. Era uma imensa felicidade. I miss this. ótimo texto, srta. 'Amelia Poulain' ;)