sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Não é bem o que o dicionário diz

Saudade:
Recordação nostálgica e suave de pessoas 
ou coisas distantes,ou de coisas passadas. 
Nostalgia. Lembranças, recomendações, cumprimentos.
 Dicionário Michaelis.

Saudade não é bem o que o dicionário diz. Para mim, ela tem nome e sobrenome. Anda pelas ruas, fala e tem vontade própria. E ainda por cima, apresentou-me o seu lado B.
Conheci a nostalgia e de quebra, o saudosismo. Nenhum dos dois me fez sofrer. Nenhum dos dois nunca me machucou. Sempre aqueceram meu coração e trouxeram lembranças boas.
Por não conhecer, duvidei de quem me disse que “saudade dói”. Cismei até o último segundo e garanti que ela tinha o poder de unir mais as pessoas. De fato tem... O lado A tem esse poder.
Bastou a distância ocupar o lugar da constante presença para eu sentir na pele o quão dolorida ela é. Descobri que o peito aperta, que o pensamento transforma todas as lembranças em filmes e faz flashes dos melhores momentos.
Percebi que mesmo inconscientemente, a espera ainda acontece. A espera por qualquer sinal de vida, pela volta e até mesmo pelo que está por vir.
O tempo passa arrastado. De 24, o dia passa há ter 48 horas.
A vida perde um pouco da cor. O inteiro se torna metade. Parte incompleta que cada um carrega até o momento do reencontro. Tendo como ligação provisória o pensamento e o lado B da saudade.

E eu daqui, continuo dizendo as mesmas frases bonitas.
Você daí, ouve e me responde.
Te escuto, te sinto... E espero.

Um comentário:

neusa araujo disse...

Maravilha,
A verdade nua e crua, mas num tom abaixo, suavizou a triste realidade da saudade.
Parabens, o portugues esta impecavel.
É pra se orgulhar.

Neusa Araujo