sábado, 26 de fevereiro de 2011

Cuidado, FRÁGIL!

Se eu pudesse ir até um cartório mudar de nome, me chamaria Insatisfação. É que não tenho andado com muita paciência. E de quebra, estou cansada de permitir que tudo ao meu redor acabe me afetando.
Há muito tempo deixei de ser gente e me transformei em uma bomba relógio. Uma bomba relógio que está prestes a explodir – ou melhor, que já começou seu processo de destruição.
Ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar, já dizia Zeca Baleiro em Vapor Barato. Qualquer coisa me comove, qualquer coisa me afeta. Por isso, cuidado, meu coração já não está mais dando conta de fortes emoções.
Acordo todas as manhãs com o mesmo pensamento. Levanto da cama me preparando de antemão para o que vem pela frente. No noticiário, escuto sempre a mesma coisa.
É assalto em banco que no final das contas acaba em morte. Bandido que seqüestra e faz alguém de refém por trocentos dias. Enchente nas estradas. Caos no transporte público. E por ai vai.
Na boca do povo o assunto é novela, BBB, a vida dos outros. Nos ouvidos, só o que as rádios oferecem, as tais bandas de modinha. E depois tem a cara de pau de dizer que só não conhece coisas melhores por falta de oportunidade... Faz-me rir!
A grande maioria está mais preocupada com aquela partida de futebol do que se o arroz e o feijão é refeição garantida no almoço ou no jantar da família. Seu time, meu caro, paga seu salário no final do mês? Enche o estômago da sua esposa e das suas crianças? Acho que nem preciso responder, né!
Cansei do mesmo papo. Não me importa quantos você pegou e nem se chegou ao ponto de dar vexame depois de ter enchido a cara na noite passada. Não faço a mínima questão de saber se Fulano brigou com Beltrano e nem se Sicrano está envolvido no meio desse rolo. A vida é mais do que isso, poxa!
Faço parte do seleto grupo dos incompreendidos. Pouco me importo com livros de auto-ajuda, vídeos motivacionais e com essa necessidade de ser positivo em período integral. Para mim, nada disso funciona. É tudo teoria furada.
E quer saber da verdade: cada um é feliz do jeito que bem entende.

Não quero aceitação e sim respeito.
Respeito é bom e todo mundo gosta!

Câmbio, desligo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tô adorando esse explorar crítico sobre esse maldito cotidiano-fardo que você escreveu nesses dois últimos textos.

Um beijo.