domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nas madrugadas a minha bebida é o sono

Embriaguez sonífera de madrugada atípica. Sem bebida, sem ingestão de álcool. Sinto-me aérea, totalmente fora do meu corpo. O corpo pede a inércia, a horizontalidade, o torpor.
As pálpebras desejam se juntar, mas eu resisto. Resisto como um animal prestes a ser abatido. Brigo com o sono. Cumpro a aposta. De fazer o possível para manter os olhos abertos. Por ora, estou me saindo bem.
Apego-me as palavras, a tela em branco do computador. Abraço as minhas músicas, aconchego-me em meus pensamentos. Faço desse mundo virtual o meu melhor amigo, a minha melhor companhia
As horas não passam. Os ponteiros se movimentam devagarzinho. Entro nessa descompassada dança e sinto meus movimentos em câmera lenta. A matéria ruído passa por um processo de transformação e chega aos meus ouvidos em formato de silêncio.
Mesmo estando aqui, sei que estou fragmentada. Passeando no pensamento de uns, morando no coração de outros. Não fazendo a menor diferença para alguns.
Minhas mãos transmitem os devaneios da minha mente provisoriamente cansada. Corpo e alma caminham por caminhos contrários. Só estarão juntos de novo quando, finalmente, me encontrar com a minha cama.
Mais duas horas.

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