Amigos,
Venho por meio desta carta, me desculpar pelo péssimo comportamento que tive nesses últimos dias. Sei que nenhum de vocês tem a ver com meus problemas, mas tem sido muito difícil me controlar.
Sei que fui injusta. Que gritei, que me irritei por coisa pouca e que até me afastei um pouco. Sim, eu me fechei. Com motivo e com razão, para mim. Sem motivo e sem razão, para vocês.
Tentei contar até dez, não consegui. Tentei rir das situações que transformaram meu dia em algo cinza, não deu certo. Respirei fundo, porém, o ar não preencheu nem a metade do meu pulmão.
Por mim teria passado todos esses dias em casa. Protegida pelas quatro paredes do meu quarto. É que eu sabia. Eu sabia que tudo isso ia acontecer.
Devo ter magoado vocês, caros amigos. Devo ter proferido bastante palavras duras, sem ao menos perceber. Mas já foi. Não adianta ficar sofrendo. Com receio de que ao menos um de vocês não olhe na minha face na próxima semana.
Tenho consciência de que preciso mudar. Só que sozinha não dá. Se não for pedir muito, preciso de ajuda. Que me avisem quando eu perder as estribeiras. Que puxem minha orelha quando falar algo que não devo. Que me auxiliem, que tenha um pouco de paciência. Que continuem comigo, apesar dos pesares.
E já de antemão, aviso que a mudança não será assim, repentina. Preciso de um tempo, de muito tempo, por sinal.
É que mudanças repentinas são provisórias, não duram nem meio segundo. E não quero isso. Quero sentir a transformação bem no fundo da alma, atravessar todo o corpo e se esvair por inteiro em tudo o que há de mim.
E pouco a pouco tudo isso vai acontecer. Eu sei.
Força e fé.
Atenciosamente,
GP
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