Sinto o álcool passar nas minhas veias. Cevada. Amigos ao redor da mesa, Heineken sobre a mesma. Pink Floyd. “How I wish, how I wish you were here”. Os gatos pingados que assistem ao show da banda de toda sexta, fazem o coro. Erguem as mãos no refrão de Another Brick In The Wall.
Porção de batatas fritas (por que enfiam a faca no preço das coisas?), maionese, ketchup. As primeiras risadas. O corpo começa a ficar quente. A pupila dilatar. O que está acontecendo comigo?
E do nada você é tomado por uma sensação incrível. A tensão de toda semana se resume a quatro copos da loira gelada. A leveza passa por todas as veias. O relaxamento é quase que instantâneo.
Qualquer coisa é motivo de brinde. O trabalho, a amizade, algo que é inventado na hora. Que seja. Há comemoração para tudo. Tudo vira comemoração. Pequenos deleites. Pequenos devaneios.
Levantar da cadeira e sentir tudo rodar. Sensação de estar flutuando. Sensação de tudo estar mais leve. Você sente que está se movimentando em slow motion, mas na verdade, continua como sempre esteve. Quase nada mudou.
Peça-me para fazer o II, menos o 4.
E de repente, o efeito começa a passar. As risadas, o que foi dito, os brindes por qualquer coisa viram lembrança. Ficam guardados na memória de quem esteve presente nesse momento.
E no final das contas o que importa mesmo é saber que na semana seguinte o velho sanfoneiro cego estará sentado na frente das lojas Riachuelo tocando com maestria a sua deliciosa música.
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