É foda ter de sair da zona de conforto e encarar a realidade nua e crua. É foda ter de sair de casa e encarar a hipocrisia das pessoas. Os sorrisos exagerados, as falas decoradas, os gestos calculados.
Vejo muita gente sentada em cadeiras de bar. Transformando a bebida em solução dos problemas ainda não resolvidos. Segundo relatos de amigos, o dia seguinte é sempre pior. A consciência pesa e as pendências continuam caminhando contigo.
Não adianta fugir. Criar um mundo paralelo. As coisas que te incomodam continuarão a existir. Encará-las ou ignorá-las, até o momento em que elas farão questão de mostrar que existem? Qual opção você prefere?
Injustiça me revolta. Pouco caso também. O mínimo que espero dos outros é um pingo de consideração. Gratidão. Comoção. Emoção. Divisão. Compreensão e muito mais.
Falta respeito nos lares, nos bares, nas ruas e nos centros estudantis. A TV mostra crianças que foram e que estão sendo vítimas de bullying. Elas brigam, discutem, se machucam, carregam traumas para o resto da vida e por fim, ficam perturbadas.
A Praça da Sé é um caos. As estações de trem em horário de pico também. Criaram o tal do dia sem carro e esqueceram que o transporte público não comporta mais nem a metade de pessoas que o utilizam diariamente.
Nas ruas, a sujeira. Cidadãos como todos nós fazem da calçada, cama. Usam jornal como cobertor. Desconhecem o que é banho, comida e moradia. Vivem ali, a mercê da sorte. Sorte de acordarem no dia seguinte.
E eu, assim como muitos, reclamo, mas não faço nada. Escrevo sobre a minha revolta, exponho-a para o mundo, encosto a cabeça no travesseiro e acordo no dia seguinte sabendo que tudo continuará na mesma se a gente não se unir para mudar toda essa situação.
Digam o que quiser, mas somos vítimas do conformismo.
2 comentários:
Ótimo texto. Muito bom mesmo. Beijos, chérie.
Bom saber que continua escrevendo grandes quantidades e com enormes qualidades, fico feliz!
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