Amélia é mulher de verdade. Não.

“Mulher tem mesmo que sair dando por aí. Sou super a favor da cretinice feminina”.

Parece decoreba. A casta dos machos liberais vomita aos quatros ventos frases que nem ela mesma acredita. Em pleno século XXI, teorizar ainda é fácil. Quero ver aceitar que os amigos mais chegados comeram a moçoila que hoje, por coincidência, é a mesma que você namora.
Não me venha com falso moralismo ao dizer que a maioria dos homens não se importa em ter relacionamento sério com mulheres que eles consideram corrimão – só chegar e passar a mão. O medo de ser corno, usado, abusado, trocado e de ainda por cima, levar a fama de frouxo existe? E como!
A casta defensora de tal igualdade é a primeira que pré-julga. Além de julgar, generaliza e passa a acreditar que é só olhar para uma mulher com os olhos do gato de botas do Shrek e pimba, vai conseguir tudo o que deseja. Se ela cede, é oferecida. Se não, é regulada.
Na hora de escolher uma namorada, a árvore genealógica da moça e até mesmo os antecedentes dela influenciam. Se ela frequenta o bar e entorna mais canecos de cerveja do que alguém do sexo oposto, pronto, já é vista com olhares de censura e passa a ser mal falada nas rodinhas de amigos. Ah vá! Vai dizer que não é assim!
Em tempos não tão longínquos, Amélia era considerada mulher de verdade. Lavava, passava e alimentava o bucho do seu macho. Tinha companhia diária da pia, do fogão e do ferro de passar. Era submissa, dependente e condescendente.

Nesse mundo machista, o que eles querem de verdade é o regresso das Amélias.