Arrivederci!

Junho pega suas malas e vai-se embora com um sorriso amarelo. Ele sabe muito bem dos maus tratos que me causou e antes que seja cobrado, se remedia e promete que será mais generoso nos próximo anos.
Arrependido, comenta de antemão que já passou instruções para o irmão Julho e que ele me trará ótimas surpresas.
“Quais?”, pergunto eu
“Bonita, ainda não sei te dizer...”, responde ruborizado.
Compreendo esse não saber. Afinal, que graça teria se eu soubesse o que vai acontecer durante todo Julho? Certamente, nada me surpreenderia e tudo me entediaria.
Entretanto, tenho o direito de desejar.
Calma e paciência são mais do que essenciais. Acrescente também um pouco mais de organização e corte a ansiedade pela metade. Devolva um pedaço da racionalidade que se perdeu de mim ao longo do tempo e, diminua só um cadinho o sentimentalismo que carrego comigo desde que me conheço por gente.
“O que mais?”, questiona Junho
Pensativa, respondo: “Nada. Aliás, só quero poder transformar tais desejos em realidade. Tudo depende só de mim”.
Em uníssono, tanto Junho quanto seus irmãos desejam-me boa sorte.