Contorcia-me na cama de dor. Não era o corpo que doía. Era a alma. Essa cretina necessária responsável pela minha existência.
Quem me dera perdê-la por aí. Talvez assim ele não me fizesse tão mal. Ele, um grande desgraçado. Desgraçado que perturba meu sono ao não mostrar a sua face.
Sem avisar, me desperta no meio da noite para me lembrar do que desejo esquecer. Parece que faz questão em não me deixar seguir em frente. Alega que tenho que ficar estagnada, sempre no mesmo lugar.
Fecho os olhos, finjo que não o escuto, mas ele não desiste. Arruma mil maneiras de se fazer presente. Penetra a minha pele, atravessa meus pensamentos e chega até a influenciar a minha consciência.
Boom! Abro os olhos.
Claridade. Claridade psicodélica. Eis a forma negra sem face na minha frente. Não o temo, porém, não consigo enfrentá-lo. Feito sanguessuga, se alimenta da energia que armazeno.
De tão forte, me vira do avesso... Me deixa em posição fetal.
Clamo por socorro. Ninguém responde.
Peço para parar. A angústia se torna mais intensa.
Mesmo que pareça infindável, sei que terá um fim.
Quando? (...)
2 comentários:
O primeiro parágrafo me fez lembrar exatamente o que passei em Agosto do ano passado. Que estr Agosto que se aproxima seja MUITO, diferente!
Sei lá, bem a cara das coisas que eu aprecio bastante. Talvez por ser a angústia de alma uma das minhas companheiras inseparáveis.
Gostei muito.
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