Elas podem acontecer nas situações mais normais, clichês e inusitadas. Uma troca de olhares dentro do trem, uma grande e velha amizade que pode se tornar algo mais forte e até mesmo os papéis que caem ao chão e são pegos simultaneamente por duas pessoas.
Por outro lado – sempre há o outro lado –, há pouquíssimas pessoas que eu certamente me apaixonaria, mas que por inúmeros motivos acabo não me apaixonando.
Por quê?, muitos devem estar se questionando.
Há quem diga que amizade, respeito excessivo – o que transforma o outro em um ser intocável – e o fato de não ter química – ou ornar, como preferir – são alguns dos impedimentos.
Claro. Os itens anteriores influenciam até que bastante, mas o grande mal é a falta de pré-disposição. E eu, assim como muitos, sofro disso.
Ao meu redor, tenho amigos - e não amigos - interessantíssimos e inteligentíssimos. Alguns chegam a preencher os quesitos para ganhar meu coração e além do mais: dariam origem a um bom relacionamento. Só que às vezes, esses malditos critérios não bastam.
Antes bastava tocar algum instrumento musical, desenhar, escrever, ter ao menos o gosto parecido com o meu, ter barba cerrada e usar xadrez. Hoje ando cansada de tantas exigências. De ser cheia de vontades e de ter só olhos para um tipo de pessoa.
Quero ser vista e poder olhar em seguida.
***
Amor e paixão acontecem no momento certo. Não adianta ficar caçando por aí, querendo e nem desejando que alguém apareça miraculosamente na sua frente. Tais atitudes só retardam o processo.
Ora o coração está ocupado, ora está fechado para balanço. Ora está livre, mas não para Fulano. Ora bate por Beltrano e ele não pode alimentar as batidas. Ora está machucado e estando assim, se torna peso morto no peito.
Parece complicado, mas não é. Se não for para ser com determinada pessoa, com outra será.
É simples.
Como já dizia Carlos Drummond de Andrade: João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.
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