domingo, 4 de dezembro de 2011

Assim foi

O final do ano passado já prenunciava como minha vida seria em 2011: recheada de surpresas. Novembro de 2010, encontrei um emprego e de quebra, um namorado. Lembro-me que sempre dizia que só me comprometeria com alguém quando começasse a trabalhar. Dito e feito foi o que aconteceu.
Até então o meu maior desejo era que todos os meses seguintes fossem igual a novembro. E por incrível que pareça, dezembro foi ainda melhor. Trabalhando, conquistei minha liberdade. Não há sensação mais gostosa do que poder comprar o que quiser com o seu dinheiro. Dinheiro conquistado a base de muito suor.
Sentimentalmente, tudo estava lindo. Vivia pela primeira vez uma bonita história de amor. Primeiro namoro com alguém bem bacana. Alguém que desempenhou funções bem importantes na minha vida.
Comecei janeiro com o pé direito. As amizades que fiz no ano anterior se estreitaram ainda mais. Pude sentir a tal da saudade recíproca e com ela, a vontade de estar cada vez mais perto. No trabalho, a vontade de arranjar algo melhor surgia, já que não estava exercendo a profissão que escolhi por toda minha vida: a de jornalista.
As aulas começaram em fevereiro. Um programa de televisão, um jornal impresso e um site eram o que a grade curricular do curso pedia. Porém, com que grupo fazer? Tive a sorte de encontrar pessoas bem engajadas para realizar um bom trabalho. E quem foram essas pessoas? Meus melhores amigos.
Fiz mais uma primavera em março. E um dos maiores presentes que ganhei foi ter passado momentos felizes ao lado de alguém que amei muito. Claro, a companhia da família é primordial em dias tão especiais como este.
Vida pessoal indo de vento em polpa. Vida profissional apenas começando. Abril foi a extensão de março. Momentos tranquilos foram bem presentes nesse mês. A família ciente do namoro. Ele visitou minha casa algumas vezes.
Aos poucos fui conquistando a tão sonhada liberdade de ir e vir. Algumas saídas, visitas a casa de amigos e bons momentos em par.
O desejo de encontrar um emprego melhor se intensificou em maio. Uns currículos aqui, outros ali. Uma proposta de emprego. Pedido de demissão e por segurança, decidi ficar onde estava.
Problemas com o namoro começaram a surgir nesse mês. Não éramos mais os mesmos. Tínhamos mudados. Certos costumes deixaram de existir. O amor ainda existia, mas faltava entendimento. Brigas, discussões e desentendimentos começaram a marcar nosso relacionamento.
Junho começou doloroso: com o término do namoro. Diante dessa novidade, muita gente achou que eu não fosse aguentar. Não nego que no começo doeu bastante, mas o tempo desempenhou o seu papel.
Entre trancos e barrancos, comecei a sair mais. Acompanhada de amigos, sempre dava um jeito de ir ao cinema e a exposições nos arredores da Avenida Paulista. Saídas esporádicas à noite também fizeram parte da minha nova fase.
Outras pessoas surgiram. Algumas estavam de passagem. E mais algumas garantiram a sua permanência e estão comigo até hoje. Graças a elas consegui superar ainda mais rápido uma das maiores dores que já senti: a da perda.
Final de junho, uma nova paixão. Algo que se estendeu por pouco tempo, mas que me fez aprender muito. Não tinha condições de me envolver de novo. Ainda estava muito machucada e as feridas precisavam cicatrizar.
Julho começou comigo aprendendo que não é preciso sofrer para amadurecer. Cresci em um mês o que deveria ter crescido no ano todo. Não queria mais viver em um conto de fadas, não precisava mais ser musa inspiradora de alguém. Queria algo real, algo mais palpável. Vontade que ainda existem.
De férias da faculdade, saia do trabalho e voltava para a casa. Estava descontente demais com o emprego. Por causa disso, enviei inúmeros currículos para diversos lugares. Decidi que até novembro, final do meu contrato, encontraria algo bem melhor e de preferência na área.
O projeto teórico da faculdade começaria a existir a partir do mês seguinte. Entretanto, já estávamos cheio de ideias e no pique para colocá-las em prática.
A calmaria acabou com as aulas começando em agosto. Perdemos pessoas importantíssimas que garantiam o sucesso do nosso curso. No entanto, outras surgiram e fizeram o que puderam para nos ajudar.
Os meus amigos, os mesmos que fizeram parte do grupo de trabalho, se tornaram figuras ainda mais importantes na minha vida. Por causa disso, nos tornamos uma família.
Em setembro, o contato com o ex-namorado só me fez perceber que um relacionamento não sobrevive só com o amor. É preciso, antes de tudo, se entender. Sentimento e entendimento necessitam caminhar juntos. E foi a partir daí que as lembranças não doíam quando resolviam me visitar.
O descontentamento vivido nos meses anteriores se transformou em tristeza. Não tinha mais prazer em trabalhar. As amizades eram as únicas coisas que ainda me motivavam a sair de casa. Seis horas se transformaram em doze.
Minha supervisora me animava, fazia de tudo para amenizar as sensações ruins que sentia ao longo do dia.
Fui presenteada, em outubro, com um novo emprego. O tão sonhado emprego em um jornal. Depois de tanto tempo, recuperei a felicidade ao acordar de manhã e descobri o prazer de trabalhar em algo que gosto.
Saídas se tornaram um pouco mais presentes. Perdi o medo que sentia de ficar sozinha. Por isso, comecei a aprender a me bastar.
Mês passado foi bem difícil. Sabia que por mais que já estivesse superado, doeria muito saber que completaria um ano de namoro se ainda estivéssemos juntos.
Doeu no começo, mas passou. O novo emprego me fez segurar a onda. Alguns amigos de trabalho também. Livros, revistas e músicas se tornaram presenças ainda mais constantes no decorrer dos dias.
Já estamos em dezembro. Dia 17 faz dois meses que estou trabalhando em um jornal. Sei bem que o mês começou há pouco tempo e que muita coisa ainda pode acontecer até o final dele. Sei também que balanços sempre surgem por aí na última semana do ano e até mesmo no começo do próximo.
Para ser bem sincera, não me importo em sair da regra. Até agora 2011 foi tão generoso comigo e por inúmeros motivos, se tornou um dos melhores anos já vividos por mim.

Que venha 2012!

Um comentário:

Scarlat Assunção disse...

Um ano de insconstância e descobrimento.
Adoro sua forma de descrever as coisas :)