terça-feira, 19 de novembro de 2013

Memórias

Sempre me dizem para guardar as lembranças, recordar de tudo o que passou com um sorriso no rosto. No entanto, o que fazer quando as suas vontades são maiores do que está guardado no peito? O que fazer quando as suas lembranças vão além do que aconteceu e querem mais? Por fim, o que fazer quando não há uma ação a ser tomada?

A verdade é que, apesar da minha pouca idade e de tudo o que já vivi, ainda não aprendi a lidar com algumas situações. Ter a postura de quem espera, de quem não pode fazer nada... É muito estranho para alguém que sempre tomou iniciativa, sempre esteve à frente das ações. Embora eu saiba que determinadas coisas acontecem quando têm que acontecer, bom, sou impaciente. Tenho de admitir.

Se fosse seguir a minha vontade, já teria saído da zona de conforto. Com calma e serenidade, perguntaria o que está se passando. Com tranquilidade e paciência, daria um jeito de desvendar todas as entrelinhas que, até o momento estão nebulosas, perderam a cor, deixaram de ser arco-íris. Daria um jeito, sei lá. Tentaria, ao menos.

Pois é, eu me pego pensando, por vezes marejando. Às vezes tenho a sensação de que, para a alma não se calar, ela se manifesta por meio de lágrimas. Será assim até quando tudo isso passar. Até quando o que criei se desmistificar. Afinal, ilusões criadas, embora tenham um pingo de verdade, desaparecem quando menos se espera.
 ***
Só queria que as coisas fossem mais claras. Que, apesar de doer, a verdade fosse dita. Ao menos tiraria todo esse peso das costas. Ao menos cortaria o mal pela raiz. Não, eu não sou boa em interpretar as pessoas. Tenho dificuldade. E, sim, acho o silêncio uma grande bosta. E quem foi que disse que o sumiço quer dizer falta de interesse? No meu mundo, não, porra.
 

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