Havia se cansado de se preocupar com suas banalidades e com aquilo que um dia a fez sofrer muito. Estava desesperada e esse estado de espírito era nítido. Até aqueles que não a conheciam deviam desconfiar do que se passava por dentro. Aquela dor era insuportável, aquele sofrimento era muito doloroso.
Na verdade o que a incomodava era a saudade e a indiferença que aquele alguém tinha perante ela. Ficava triste porque se esforçava, fazia de tudo para agradá-lo e esses agrados não eram tão valorizados. Se sentia assim, mas não era realmente essa a realidade.
A tal da realidade é que realmente se queixava, deixava exposta a falta que ele fazia, e se lamentava de tanta tristeza. Ninguém tem paciência para tamanhas lamurias e demonstrações de que não está bem. E era justamente isso o que fazia.
Depois de vários puxões de orelha, aliás, de um puxão em especial que resolveu acordar. Foi, na verdade, o princípio desse fato. A apoteose, o apogeu, o auge para o avivamento foi uma conversa que teve com um senhor que até então nunca tinha conversado antes.
Falaram sobre a vida, ele contou a história de vida dele, deu alguns conselhos. Conselhos esses que serviram muito para que ela se tocasse e começasse a enxergar que tem um tempo certo para tudo, que em primeiro plano precisa se preocupar com o seu futuro e se aparecer alguém ou não em sua vida continuará vivendo, continuará vivendo em busca de algo, sempre com determinação e perseverança.
A história de vida desse senhor realmente virou lição de vida nos ouvidos dela. E por incrível que pareça acordou melhor no dia seguinte – mesmo sabendo que ainda estava propícia a sentir saudades. Minto se sentiu melhor logo que escutou toda aquela história e chegou em casa aliviada, pronta para as surpresas da vida.
Hoje se sente melhor, percebeu que não tem motivo nenhum para se sentir mal já que muita gente por ai não tem amigos, não possui família e nem a condição de vida que ela tem. Obviamente quer ter alguém para abraçar nos dias de frio, alguém que a escute e que tenha paciência. Só que ainda há muita coisa para se conquistar, tem seus amigos e sua família e por enquanto tudo isso já basta. E que depende só da vida permitir que ela finalmente encontre o “certo alguém”. Enquanto esse “certo alguém” não aparece, continua vivendo... Vivendo e aprendendo.
Um comentário:
Bonito Gabi :)
Doeu, mas ensinou. Acho deveras proveitoso.
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