terça-feira, 6 de outubro de 2009

São só tempos difíceis.

Os dias continuavam acinzentados; aquele aperto no peito misturado com um enorme vazio era presente. Por conta disso certos costumes foram mudados; preferia ficar sozinha em seu quarto ao estar acompanhada de um monte de gente. A solidão seria a mesma de qualquer maneira.
No seu playlist as músicas mais dolorosas eram escutadas. Mesmo que escutasse canções animadas, aquelas sensações ainda existiam. Sentia falta de algum tipo de companhia, mas não era capaz de correr atrás de uma. Passava maior parte do tempo com olhar perdido, com os olhos lacrimejando – que eram incapazes de derrubar uma lágrima sequer. Desejava que tudo passasse, porém, se sentia submersa e afundada por algum tipo de areia movediça.
Mesmo que fizesse forças para se desafogar ou até mesmo para se “desafundar”, os pés eram puxados para baixo. Se sentia impossibilitada de reagir, parecia que seu corpo queria ficar naquele estado para sempre. O para sempre a assustava. Já tinha se sentido daquele modo, mas era a primeira vez que não conseguia fazer tudo mudar.
Travava com constância diálogos internos, passava horas dentro de seus pensamentos. Conversava consigo mesma e deixava, por vezes, que o grito interno tomasse conta de todo o seu ser. Às vezes era tomada por um choro interno incontrolável. De fato, eram tempos difíceis para os sonhadores.
Tinha consciência que teria que escolher algum caminho e decidiu escolher aquele que tinha mais coração. Por mais que doesse, foi essa sua escolha. Já tinha sido racional e fria demais, e agora desejava resolver (ou esperar que tudo se resolvesse) de outra maneira. As coisas mudariam, tinha certeza disso...
... São tempos difíceis para os sonhadores, mas os sonhadores nunca deixam de sonhar.

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